Tudo indica que a disputa mais acirrada que teremos na eleição de 2014 será a eleição majoritária para o Senado Federal. O CadaMinuto traz uma matéria sobre o assunto no dia de hoje - 07 - em que coloca a presença tida como certa do senador Fernando Collor de Mello (PTB) e do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) na disputa.

Pois bem, a análise também é a seguinte: o forte índice de rejeição de ambos (com base nas pesquisas das últimas eleições em que eles participaram, incluindo o governo em 2010, quando Vilela saiu vitorioso) abre portas para que alguns partidos montem uma terceira via. Tal fato passará a incomodar os dois pretensos candidatos ao cargo de senador? Cedo para saber. Muito cedo, aliás.

Porém, a lacuna também se abre no discurso. Enquanto Vilela e Collor batem boca pela imprensa, alguns enxergam - o que inclui o ainda psolista Alexandre Fleming - um vácuo onde pode se encaixar um discurso diferenciado, independente de seu conteúdo. Eis que outros nomes já são até apontados como prováveis: o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PSD) e o ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB). Três nomes citados totalmente diferentes entre si. Em personalidades e em discursos.

A candidatura de Luciano Barbosa e Cícero Almeida se desenham com outros rumos, mas não se pode descartar nada. Barbosa - como já disse aqui - é um soldado do PMDB que pode ocupar qualquer posição no xadrez político. Na ausência do “cacique-mor” pode até disputar o Governo do Estado de Alagoas. Tem bagagem para isto e uma avaliação positiva por boa parte da opinião pública. O ex-prefeito de Arapiraca - gostem ou não dele - é um diferencial nos quadros do PMDB, cujo servilismo à causa do mestre é tão aparente.

Quanto a Cícero Almeida? Bem, o ex-prefeito e suas dificuldades de fazer política falam por si só. Tanto que após a carreira meteórica qual é mesmo o grupo de “amigos de infância” (como diz o jornalista Ricardo Mota) que ficou? Almeida tem um caminho aparentemente mais fácil para a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. O ex-chefe do Executivo - acredito eu - está sendo muito sincero quando fala desta possibilidade de disputar uma das cadeiras do parlamento estadual.

E Fleming? Tem seus desafios também. O primeiro deles e não menos grave: lida com uma parcela de eleitores de opinião forte. Em caso de mudança de partido, terá um trabalho imenso de readequação de discurso, de explicações a este eleitor, além de deixar claro, transparente, cristalino o que não o fez ficar no PSOL, já que construiu uma identidade de uma esquerda diferenciada, muitas vezes até mesmo do PT (que em Alagoas se comporta como sublegenda). Outro desafio para Fleming seria ampliar o leque de alianças.

O interessante é que nesta discussão tem sumido um nome: o da vereadora Heloísa Helena (PSOL). Ela disputou o cargo em 2010. Enfrentou uma campanha duríssima e acabou perdendo para Benedito de Lira (PP) e Renan Calheiros (PMDB). O nome de Heloísa Helena sai de cena porque já existe a certeza de que ela não é candidata ou disputará outro cargo? Só Heloísa Helena poderá dar esta resposta. Pelo que percebo, uma resposta que virar com o tempo.

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