Relatos de pessoas que disseram ter visto o brasiliense Arthur Paschoali, desaparecido no Peru em 21 de dezembro, apontam lugares diferentes por onde o jovem de 19 anos pode ter passado, segundo o pai do rapaz.
Wanderlan Vieira e a mulher chegaram ao Peru na semana passada para acompanhar as buscas pelo filho. Ele afirmou que uma mulher e um homem com quem conversou prestaram depoimento à polícia dizendo terem visto o jovem.
Uma moradora do povoado de Fahuayaco afirmou ter preparado um prato vegetariano para um jovem com características físicas semelhantes às de Artur, que é vegetariano. Segundo a mulher, ele informou que faria o percurso do Caminho Inca.
“Mas depois outra pessoa falou algo diferente. Um senhor disse que teria visto o Artur passando por um local chamado Llaqtapa”, afirmou Vieira.
De acordo com o pai, três equipes da polícia peruana se dividiram neste domingo (6) para fazer as buscas em três localidades perto de Santa Teresa, onde o jovem estava hospedado antes de desaparecer. Santa Teresa fica próxima a Machu Picchu, na região de Cusco.
“Ainda não encontramos nada concreto, mas estamos trabalhando com todas as possibilidades. Acredito que se ele estivesse morto, já teria sido identificado por cheiro ou pela presença de animais em volta do corpo”, afirmou Vieira.
O Itamaraty informou neste sábado (5) que 45 policiais e bombeiros peruanos participam dos trabalhos de busca pelo brasiliense. O número foi definido durante reunião na noite desta sexta-feira entre o ministro peruano do Interior, Wilfredo Pedraza, e o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Lima, Pedro Dalcero, autoridade máxima brasileira no país andino atualmente.
O Itamaraty informou, por meio da assessoria de imprensa, que o governo do Peru está atuando com "bastante empenho". O Ministério das Relações Exteriores não estuda a possibilidade de a polícia brasileira cooperar com a busca. No sábado, o diplomata da embaixada brasileira em Lima Carlos Garcete chegou a Santa Teresa e se reuniu com os pais de Artur. O diplomata relatou que eles estão serenos e não demonstraram insatisfação com os rumos dos trabalhos de busca.
Na sexta-feira, Garcete esteve em Cusco, onde teve encontro com o comissário da polícia local. O representante do Itamaraty levou mapas topográficos da região onde estão sendo feitas as buscas. De acordo com o Itamaraty, os trabalhos estão concentrados nos arredores de Santa Teresa.
O irmão do mochileiro, Felipe Paschoali, está em Brasília e contou que também tem expectativa positiva. “A gente vai começar a semana com a notícia de que o Artur está com os meus pais. Esta é uma confiança sobrenatural”, disse Felipe no sábado. O irmão contou, ainda, que os pais chegaram a fazer mais um registro do desaparecimento de Artur nesta sexta-feira (4) em Quilabamba, cidade maior que Santa Teresa, cerca de 150 quilômetros ao norte.
Na noite de sexta que a polícia peruana enviou uma equipe multitécnica, especializada em resgates em montanhas e rios, para auxiliar nas buscas de Artur. De acordo com o órgão, cães farejadores ajudarão a equipe.