A confiança do comércio cairá à medida que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis for reajustado, ao longo do primeiro semestre de 2013. A afirmação é de Jorge Braga, consultor técnico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em dezembro, o governo anunciou que o IPI de automóveis de até 1.000 cilindradas passaria de 0% para 2% em janeiro e permaneceria com essa alíquota até março. Ficou estabelecido que, a partir do segundo trimestre de 2013, o IPI de veículos populares avançaria para 3,5%, chegando à alíquota normal, de 7%, em julho. O mesmo ocorrerá para os demais modelos de veículos, com diferentes alíquotas.
'A retirada do incentivo fiscal para veículos será gradual. Isso vai impactar a confiança do comércio. O efeito também será gradual no setor. A queda na confiança deverá ocorrer aos poucos', projetou o especialista.
A Sondagem do Setor de Comércio, divulgada nesta sexta-feira pela FGV, mostrou que a confiança do setor encerrou o último trimestre de 2012 com alta de 1,5% em relação a igual período de 2011, passando, nesse período, de 128,4 pontos para 130,3 pontos.
A pesquisa apontou que a confiança do setor de veículos e motocicletas subiu 8,2% no último trimestre de 2012 em relação a igual período de 2011. No trimestre encerrado em novembro, a confiança desse segmento teve alta de 4,3%. No trimestre findo em outubro, a alta era de 0,3% ante igual período do ano anterior.
'As sucessivas altas da confiança do setor foram reflexo da prorrogação da redução do IPI, que elevou as vendas de setor', disse Braga.