Uma viagem para passar o Natal com a família causou um grande transtorno para o bicampeão olímpico Mo Farah, medalhista nos 10.000m e 5.000m dos Jogos de Londres. Natural da Somália e naturalizado britânico, o atleta foi detido por autoridades americanas por suspeita de terrorismo em um aeroporto na cidade de Portland, em Oregon, nos Estados Unidos.

- Eu não conseguia acreditar. Por causa da minha origem somaliana, eu sou detido toda a vez que passo pelo controle de imigração dos Estados Unidos. Desta vez, eu trouxe até as minhas medalhas para mostrar quem eu sou, mas não adiantou - contou o africano ao jornal "The Sun".

Mo Farah mudou-se para o Reino Unido ainda criança, na companhia do pai, britânico, e revelou que esta não foi a primeira vez que sofreu problemas com as autoridades americanas. O somaliano decidiu viver no país há três anos para treinar com Alberto Salazar, ex-corredor americano, nascido em Cuba, e tricampeão consecutivo da Maratona de Nova York (1980, 1981 e 1982).

Antes de conseguir o visto, no entanto, o atleta quase foi obrigado a passar 90 dias em Toronto por conta de uma suposta ligação com o terrorismo. A investigação acabou sendo interrompida porque seu treinador acionou um amigo do FBI, apaixonado por atletismo, e a passagem pelo Canadá durou apenas alguns dias.

- Esse homem era um grande fã de corrida, sabia exatamente quem eu era e me liberou.
 Só Deus sabe o que teria acontecido se ele não soubesse. Provavelmente, ainda estaríamos em Toronto - finalizou.