O caçula do KLB, Bruno Scornavacca, já admitiu que estrear no MMA é algo que gera ansiedade. Mas poucas pessoas estão mais nervosas para o dia 16 de dezembro, quando ele entra na jaula do Fair Fight, em São Paulo, do que as integrantes dos fã-clubes da banda. Primeiro porque o músico pode levar algumas boas pancadas sobre o ringue. Mas, como seguidoras incondicionais do trio, elas temem mais ainda que a carreira nas lutas dê certo e que Bruno acabe deixando o KLB de lado.

“Olha, de primeira eu fiquei um pouco com receio de ele se dedicar mais à luta que à carreira (musical)”, conta Marisa Ferreira, estudante de Rádio e TV de 18 anos e integrante do fã-clube “Tudo por KLB”. “Tive esse medo, mas, como qualquer fã, tenho de apoiar a decisão dele, seja qual for. Se ele gosta, vou ajudar.”

As fãs não têm planos especiais para acompanhar a estreia de Bruno contra Diego Mercúrio, na casa de shows Via Funchal, mas prometem se uniformizar e fazer barulho para torcer por ele. Apesar do “esquecimento momentâneo” do risco físico, é claro que a preocupação existe.

“Eu não assustei com a decisão dele lutar, porque ele sempre treinou. Mas é claro que todos ficam apreensivos, rezando para que ele não se machuque”, explica Josi Mattos, presidente do “Tudo por KLB”. “Eu até sou fã de MMA, gosto muito de assistir às lutas do Anderson Silva.”

“Ele já quebrou nariz, já machucou a sobrancelha... Toda vez ele está com um machucado diferente em algum lugar. Eu olho e falo: ‘que loucura’. Mas se ele quer mesmo bater ou apanhar...”, adiciona Marisa.

Vale tudo para acompanhar um ídolo, ainda mais para integrantes de fã-clube. Marisa coleciona histórias e sacrifícios para estar perto dos ídolos. “Já fugi de casa, já dormi dentro de caminhão de boi, dentro de um rodeio, para entrar em camarim, dormi em fila... Aquelas coisas todas (risos)...”, detalha ela.

Não foi diferente agora. A jovem estudante teve de arranjar um jeito de angariar dinheiro para o ingresso. E, para isso, foi garçonete em um casamento.

“Eu não podia pedir dinheiro aos meus pais. Como minha madrasta trabalha num buffet e sabia que eu estava precisando, me convidou a trabalhar de garçonete em um casamento. Servi coxinha, fiquei na recepção, limpei o chão. Trabalhei 12 horas e ganhei 80 reais, que ficaram guardados com a minha tia para não ter risco de eu gastar”, conta a fã, deixando um recado: “Bruno, eu te amo muito pra estar fazendo isto, viu?”.

Para Bruno, a adrenalina de subir em um palco diferente será nova, já que ele terá pela primeira vez de enfrentar uma torcida contra, em vez do apoio que recebe nos shows. Se depender do sacrifício das garotas, o ambiente será o mais próximo possível do que ele costuma viver.

“Do mesmo jeito que vai ter torcida contra, vai ter a nossa a favor. Temos de berrar. Independente dos que criticam, ele é meu ídolo e quer nossa presença lá”, diz ela.