Como se não bastasse a greve dos médicos, que segundo o próprio sindicato será mantida enquanto não houver acordo com o governo, na próxima segunda-feira, os médicos legistas do Instituto Médico legal (IML) também estarão paralisando as atividades, uma vez que o governo rompeu o acordo firmado no Tribunal de Justiça de Alagoas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, uma reunião na noite da última quinta-feira (13) definiu a paralisação dos médicos peritos do IML para a próxima segunda-feira.
“É difícil para a categoria continuar esperando quando não se vê nenhum aceno por parte do governo. Eles (governo) descumpriram uma acordo que foi firmado no Tribuna de Justiça de Alagoas. Não tem como trabalhar nas condições atuais”, disse.
Galvão se referiu ao acordo assinado no dia 1º de outubro deste ano, através do presidente do TJ, desembargador Sebastião Costa Filho, representantes do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Ministério Público Estadual, Procuradoria Geral do Estado, Secretaria de Estado da Defesa Social e Secretaria de Gestão Pública, colocando fim a greve que estava instalada naquela momento, bem como a extinção do processo judicial de declaração de ilegalidade da greve.
O acordo firmado previa mudanças quanto às condições de locais de trabalho onde são realizadas as perícias, sendo fixado para o estado o prazo de 30 dias (prorrogáveis) para a instalação de duas salas no CCBI, além de convênio com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para realização de exames de DNA e com a Universidade de Ciências da Saúde (Uncisal) para exames histopatológicos – que é o estudo de tecidos doentes.
Quanto aos reajustes salariais, o estado manteria o valor da bolsa da Secretaria de Segurança Pública, em R$ 2.500, com retroativo a 1º de setembro de 2012, e enviaria para Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE/AL), o projeto de lei que prevê aumento de R$ 1.000, com retroativo a 1º de outubro de 2012, o quem não vingou.
Questionado se a paralisação seria total dos médicos peritos, tanto de Maceió quanto de Arapiraca, Galvão afirmou que a categoria está unida e a probabilidade é que a greve seja geral. “A categoria está unida. Diante das informações que tive, acredito ser um movimento geral, mas, sempre tem aqueles que furam a greve, mas, devemos respeitar”, acrescentou.
GREVE DOS MÉDICOS
Com relação a greve dos médicos que na segunda-feira completa uma semana, o presidente do sindicato foi taxativo ao confirmar a manutenção do movimento, uma vez que não há acordo entre a categoria e o Estado. “Reforço que a categoria está unida e vamos manter a greve. Não estamos cobrando nada abusivo, e sim direitos. A greve está mantida, independente de qualquer coisa”, afirmou.
O CadaMinuto ainda questionou Galvão sobre a decisão do TJ, que classificou o movimento como ilegal. “Toda paralisação de servidor para o TJ é considerada ilegal. Estamos realizando reuniões, analisando situações, mas, enquanto o Estado não acenar com um acordo, a situação continua assim”, finalizou, reforçando que apesar da cobrança dos direitos, os serviços, dentro do obrigatório estão sendo feitos.
No Hospital Geral do Estado (HGE), 30% do administrativo funciona enquanto os médicos trabalham para manter a regularidade de atendimentos. Os Mini-pronto socorros estão fechados e a Santa Mônica está fazendo triagem de pacientes.