A vereadora Silvânia Barbosa (PPS) retomou um assunto antigo na Câmara Municipal de Maceió, mas que precisa - ela está corretíssima na cobrança! - ser esclarecido: quem foi o “vereador-pinóquio” que fraudou as eleições, em 2011, que foi feita para decidir o aumento ou não de edis na Casa de Mário Guimarães.
Para quem não lembra, a fraude foi mostrada pelo Blog do Vilar, com exclusividade - ainda em 2011. Os vereadores se reuniram em uma votação secreta para votar o aumento do número de edis para 31. Resultado da votação: ganhou o aumento. Mas, quando tudo parecia decidido, eis que se descobre que pelo menos um vereador (nunca identificado) fraudou a eleição. Heloísa Helena (PSOL) defende a tese de que o pinóquio em questão teve a ajuda de mais dois edis.
Diante da possibilidade da fraude, a votação foi anulada. Com isto, a questão nunca mais voltou à plenário e se judicializou o processo. O aumento do número de vereadores depende - diante da omissão da Câmara Municipal de Maceió - de uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas. Quanto ao pinóquio, ninguém nunca soube quem é.
Por que pinóquio? Bem, o edil conseguiu mentir para a imprensa e para os próprios colegas que votaram pelo não aumento de edis e ainda teria - supostamente - fraudado uma das cédulas da votação. É só recuperar a história neste mesmo blog, em posts do ano passado.
Silvânia Barbosa ressaltou: “a fraude nas eleições virou motivo de chacota. Precisamos dar uma resposta”, colocou. Barbosa fez elogios a gestão de Galba Novaes (PRB), mas frisou que ele não pode deixar a presidência sem finalizar este processo apresentando o culpado ou culpados. O processo - de fato! - adormeceu na Corregedoria da Câmara Municipal de Maceió.
O atual corregedor Ricardo Barbosa (PT) reconheceu a paralisação das atividades da Corregedoria, mas lembrou que ainda há tempo - até o final da legislatura - para apurar e apresentar os responsáveis pela suposta fraude, com possivelmente - palavras de Barbosa! - cassação de mandato. Cassar mandato agora? Bem, a pena é tão irrisória que é bom perguntar: o que se pode fazer além? O temor é pela resposta: NADA!
Ao pinóquio - caso identificado seja - deve ficar apenas o apontar do dedo: “olha só, foi ele!”. E diante do fim da legislatura, nada mais! Aguardem. Isto, se ele for identificado. A cobrança de Silvânia Barbosa é justa. O pinóquio arranhou a credibilidade da Casa, que quase não tem arranhão, não é mesmo?!
Por enquanto, o caso do vereador-pinóquio - uma pena que a Câmara não tenha sua Agatha Christie - só teve uma consequência: o fim das votações secretas. E isto foi tido como muito. É avanço, mas a Câmara poderia mais se quisesse.
A Câmara Municipal quis expor o mentiroso?! Ora, os vereadores devem sim saber o que ocorreu. Talvez não tenham provas para levar para a tribuna ou talvez não queiram. Simples assim. Aí o apelo de Barbosa: “não saia da Mesa, senhor presidente, sem resolver isto. Não deixe cair em descrédito”.
Silvânia Barbosa ainda lembrou de projetos com assinaturas falsas. Também nunca se chegou ao “imitador de assinaturas”. É muito talento para se deixar nas sombras. Que o talentoso edil tenha o reconhecimento devido por suas peripécias. Crédito é crédito e é justo que seja dado a quem o tenha, não é?!
Galba Novaes (PRB) falou sobre o assunto: “encaminhamos à Corregedoria e vamos apresentar um relatório de atividades desta ao final do ano. Sobre o caso em específico, vamos solicitar a conclusão”. E agora? Alguém contava com a boa memória de Silvânia Barbosa?!
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