A vida é um minuto, um sopro- diz o moço Oscar.

07/12/2012 13:54 - Raízes da África
Por Arisia Barros

Não conheci o moço Oscar, apesar dos seus quase 105 anos, mas o admirava pela destreza em transformar as curvas em histórias de partilha.
Oscar traçava histórias de concreto, com aspectos estruturais e viscerais, tão particulares que as transformavam em patrimônio de todos, coletivo.
Por todos seus 105 anos de vida Oscar buscou quebrar os paradigmas da segregação territorial. Em muitos momentos se penitenciou por Brasília, mas o apartheid institucionalizado da cidade construída em terra vermelha, deve-se à ganancia do homem e da política. A arte de Oscar não teve nada a ver com isso.
O moço tinha a pujança da vida e corria contra seu próprio tempo para edificar espaços de convivência entre as muitas gentes, como interprete de histórias de uma convivência mais humanizada.
Comunista de carteirinha era antes de tudo um humanista.
Gostava de ver a disposição do Oscar para o trabalho, quase 105 anos de puro êxtase. Oscar foi o grande arquiteto do novo e renovou possibilidades para jovens seguidores.
Além da arquitetura!
As muitas linhas que Oscar traçou daria para compor livro plural com capacidade de dialogar com diversos os segmentos sociais.
Oscar morreu ontem e hoje foi enterrado com honras de estado.
A presidenta da República do Brasil decretou feriado de 07 dias pela morte do Oscar, mas de tanto abarcar conceitos e significados, penso que Oscar não morreu. Reinventou-se.
Até logo, Niemeyer. Até logo!


 

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