Entre os jogadores do elenco atual do Sport, poucos têm tanta identificação com a torcida quanto o alagoano Saulo. Dono da camisa 87 - uma alusão ao título de 1987 - o goleiro rubro-negro viveu um turbilhão de emoções nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, indo do choro de alegria pelo pênalti defendido contra o Atlético-GO, no Serra Dourada, às lamentações pelas falhas no jogo contra o São Paulo, na Ilha do Retiro. A maior delas, porém, foi a lamentação por não ter terminado o clássico contra o Náutico, na última rodada do torneio, porque precisou ser substituído.

- Não foi nada demais, apenas câimbras mesmo. Eu lamentei que o gol saiu pouco depois de eu deixar o campo, mas não quis dizer que foi por culpa do Matheus (goleiro reserva que o substituiu). Foi um chute de muito perto. Mas eu estava bem no jogo e queria ter podido continuar - conta.

Apesar da frustração de não ter cumprido a missão de deixar o Sport na elite, Saulo avaliou de forma positiva seu desempenho individual na temporada.

- Acho que tive altos e baixos, mas isso me tornou um goleiro melhor, porque aprendi a conviver com a pressão. Sinto que estou mais preparado para assumir a titularidade do Sport. Magrão está voltando e sei o que ele representa para o clube, mas sei de minhas condições e vou lutar pela titularidade. Será uma briga saudável - destacou.

De férias na casa do pai em Piranhas, Sergipe, Saulo diz que quer descansar, mas o discurso é de quem pensa no trabalho. A irregularidade do futebol apresentado por ele chega a ser um incômodo.

- Fiz alguns bons jogos, mas falhei algumas vezes também. Além do mais não conseguimos nossos objetivo que era permanecer na Série A e por isso já pedi, e volto a pedir, desculpas à torcida. Porém entendo que, de certa forma, foi bom pra mim, porque aprendi a conviver com essa pressão e não baixar a cabeça.

Aprendendo a lidar com a torcida

O crescimento profissional em 2012 foi notável. No começo da temporada, Saulo era reserva do Sport e ainda restavam dúvidas de como ele se portaria depois de se recuperar da lesão no joelho que o tirou dos treinos por mais de seis meses. Voltou aos gramados, no dia 9 de setembro, na vitória de virada sobre o Cruzeiro, na Ilha do Retiro. Na ocasião, foi um dos melhores em campo. Na sequência, fez outros bons jogos e alguns não tão bons assim e teve que lidar com a 'bipolaridade' da torcida.

- Depois daquele jogo contra o Cruzeiro, disseram que eu tinha que ser titular. Mas aí, depois daquela partida contra o São Paulo, já não servia mais. Entendo que vivíamos um mau momento e é natural que todo mundo seja cobrado. E essa cobrança me fez um jogador melhor, sem dúvida - concluiu.