O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse nesta quarta-feira (28) que não há possibilidade de se reverter a decisão de encerrar as operações da Webjet e de demitir 850 funcionários da empresa.
“Não há possibilidade de reversão dessas decisões”, disse Kakinoff, após se reunir com o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, em Brasília, para discutir a fim da Webjet, anunciado pela Gol, sua controlador, na sexta-feira (23).
De acordo com ele, a empresa não recebeu, durante a reunião, pedido do governo para rever as demissões.
“A desoneração na folha de pagamento não foi pauta e nem poderia ser porque o governo sabe do atual cenário do setor aeronáutico”, disse Kakinoff.
Fim da webjet
Na sexta-feira (23), a Gol anunciou a demissão de 850 funcionários como parte do processo de encerramento das atividades e da marca da controlada Webjet.
Do total de 850, 143 são técnicos (comandantes e copilotos), 400 são de operação comercial e o restante é de profissionais do grupo de manutenção. A Webjet tinha um quadro de 1.500 funcionários. Uma parte será absorvida pela Gol.
A Gol concluiu a compra da WebJet em outubro de 2011, por R$ 70 milhões, além de ter assumido dívidas de cerca de R$ 200 milhões.
Capacidade ociosa
Segundo o presidente da Gol, o fim das atividades da Webjet está ligado à decisão de não mais utilizar os aviões da empresa, modelo 737-300, que segundo ele têm 21 anos de uso e consomem, em média, 28% mais combustível que os jatos usados hoje normalmente pela Gol.
“Uma vez que esses aviões se mostram totalmente inviáveis no Brasil do ponto de vista econômico e consideram que o preço do combustível representa aproximadamente 45% dos custos da aviação, tomou-se a decisão de nós não mais operarmos com esses equipamentos”, disse.
Sobre as demissões, Kakinoff disse que a Gol tem hoje capacidade ociosa – opera com cerca de 70% de assentos ocupados em seus voos -, o que permite a ela realizar os voos da Webjet. Por isso, a manutenção dos funcionários da Webjet não era necessária.
“A Gol opera hoje com capacidade ociosa e isso permite a ela absorver esses voos. E então ficaríamos com excesso de funcionários”, disse.
De acordo com ele, as demissões e o fim da Webjet vão permitir à Gol “mitigar parte dos custos excessivos que estão fazendo com que a aviação no Brasil tenha o seu pior ano.”
Nos primeiros nove meses do ano, a Gol teve prejuízo de R$ 1 bilhão.