A cadeia produtiva da agricultura familiar de Arapiraca vai receber o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, nesta quinta-feira (22). A visita, que é uma articulação do Arranjo Produtivo Local (APL) Mandioca no Agreste, tem como objetivo demonstrar as potencialidades da região e discutir sobre a possível construção de uma unidade de armazenagem e comercialização de produtos da agricultura familiar na região.
Responsável por promover o acompanhamento da produção agrícola em todo o País, a Conab é parceira fundamental no desenvolvimento da atividade em qualquer localidade. Desde 2008, Alagoas conta com uma superintendência do órgão, o que facilitou sua atuação de forma mais direta no Estado.
“A falta de um local específico para o armazenamento dos produtos resultantes da nossa cadeia sempre foi um problema, mas nunca coseguimos um parceiro que arcasse com as despesas dessa obra. Da última vez que checamos o orçamento da demanda ela já estava em R$ 3 milhões. Depois de muita articulação, esperamos convencer a Conab de que essa iniciativa vai realmente atingir produtores de diversas cadeias e promover o desenvolvimento na região”, esclarece o gestor do APL Mandioca no Agreste, Nelson Vieira.
Segundo o gestor, a aquisição tem um víeis estratégico, já que evita a comercialização a qualquer preço. Com o armazenamento, os produtores podem aumentar o seu lucro em até 40%. “O que acontece hoje é que esses produtores perdem dinheiro. Se eles não têm um local para armazenar a produção, vendem tudo muito rápido, muitas vezes a um valor que não é justo. Há uma supervalorização do preço no período de entressafra e uma queda quando há disponibilidade do produto. Enquanto isso, o agricultor não tem a menor estabilidade. Com uma unidade comum, eles teriam preços fixos durante todo o ano”, explica.
Até agora, Arapiraca é o município mais cotado para abrigar a unidade, por sua posição geográfica privilegiada. A prefeitura da cidade já sinalizou a cessão do terreno para a construção da unidade, que terá a capacidade de armazenar cerca de cinco mil toneladas de produtos. “Temos que pensar no custo benefício que os produtores vão ter e diagnosticamos que seria um ponto ideal de deslocamento. Serão mais de 20 mil produtores de mandioca beneficiados, sem contar com o público que lida com o cultivo de outras espécies”, relata Nelson.
Durante sua visita, a comitiva da Conab também vai acompanhar o trabalho realizado em algumas associações e cooperativas, como a Cooperativa dos Produtores da Mandioca (Cooperagro) e a Associação dos Produtores de Abacaxi da região. Além disso, vão verificar o funcionamento da empacotadora de farinha instalada no sítio Bálsamo, na zona rural.