O Partido Comunista Chinês concluiu nesta quarta-feira (14) o seu 18º Congresso, depois de aprovar os integrantes do comitê central, órgão que vai designar, na quinta-feira, os novos dirigentes da China para um mandato de pelo menos cinco anos, anunciou o presidente Hu Jintao.

"Declaro agora que o 18º congresso do Partido Comunista Chinês concluiu vitoriosamente", declarou Hu no discurso de encerramento, pronunciado no Grande Palácio do Povo, na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim.

"O congresso elegeu um novo comitê central do partido e substituiu os líderes mais antigos por outros mais jovens", disse Hu, que vai deixar o cargo, na cerimônia de encerramento.

A agência de notícias Xinhua confirmou que o vice-presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Li Keqiang foram eleitos para o comitê ao final do congresso partidário quinquenal, conforme já era amplamente previsto.

O futuro presidente e o futuro premiê da China iniciaram a ascensão cuidadosamente roteirizada até o escalão superior do poder.

O comitê central, órgão composto por quase 200 personalidades, deve consagrar Xi, de 59 anos, como novo número um do regime, assim como o gabinete restrito que vai comandar a segunda potência econômica mundial.

O sucessor designado do atual chefe de Governo, Wen Jiabao, provavelmente o atual vice-primeiro-ministro Li Keqiang, será designado para ocupar o segundo ou terceiro posto no comitê permanente do Bureau Político, o principal círculo de poder na China.

Além de Xi e Li, estarão no Comitê Central os principais candidatos a entrar para o Comitê Permanente, o principal órgão dirigente do PCCh e composto atualmente por nove pessoas.

Entre eles estão o vice-primeiro-ministro Wang Qishan; o governador da província de Tianjin, Zhang Gaoli; e a integrante do Conselho de Estado (o Executivo chinês) Liu Yandong.

Wang Qishan também foi nomeado para a Comissão Disciplinar Interna, o órgão de supervisão do PCCh, informou a agência oficial de notícias chinesa "Xinhua". O Comitê Central também terá, segundo indica a Xinhua, os vice-presidentes da Comissão Militar Central, Fan Changlong e Xu Qiliang.

As mudanças na liderança foram definidas de antemão pelos membros mais antigos do partido e por líderes prestes a se aposentarem, preocupados em preservar seu poder político e proteger interesses familiares.

Definida a lista, ela é submetida à aprovação dos 2.270 delegados partidários -- uma mistura de operários-padrão, executivos de empresas, militares e minorias étnicas em trajes típicos, todos leais ao PC.

O novo comitê central tem 205 membros plenos, e cerca de 170 suplentes, para representar 82 milhões de membros do partido.

Esse comitê central irá, por sua vez, eleger na quinta-feira um Politburo com cerca de 25 integrantes, e um Comitê Permanente do Politburo, o círculo máximo de poder, que possivelmente será reduzido dos atuais nove para sete integrantes.

Em março, quando o Parlamento se reunir para sua sessão anual, Xi deve ser eleito presidente do país, sucedendo a Hu Jintao. Será então a segunda sucessão ordeira no regime comunista chinês desde sua ascensão, em 1949.

Xi e Li já têm presença assegurada no Comitê Permanente. Wang Qishan, guru financeiro recém-eleito para o Comitê Central de Inspeção Disciplinar, também deve ganhar lugar no Comitê Permanente, como encarregado do combate à corrupção.

Uma questão pendente será respondida na quinta-feira: se Hu continuará exercendo algum poder, caso preserve o cargo de presidente da Comissão Militar Central, órgão decisório das Forças Armadas.

O antecessor de Hu, Jiang Zemin, só entregou esse cargo dois anos depois de transferir o comando do partido a Hu, em 2002.

Todos os outros oito funcionários cotados para o Comitê Permanente conseguiram vaga no Comitê Central. A composição final do Comitê Permanente só será anunciada quando os líderes aparecerem em uma breve cerimônia na quinta-feira no Grande Salão do Povo, em Pequim.


France Presse

14/11/2012 06h06 - Atualizado em 14/11/2012 09h34
Partido Comunista da China aprova seu novo Comitê Central
Sem surpresas, congresso do partido prepara a sucessão de poder.
A partir de março, atual vice Xi Jinping deve ser o novo presidente do país.

Do G1, com agências internacionais
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Encerramento do 18º Congresso do Partido Comunista da China (Foto: AFP)Encerramento do 18º Congresso do Partido Comunista da China (Foto: AFP)

O Partido Comunista Chinês concluiu nesta quarta-feira (14) o seu 18º Congresso, depois de aprovar os integrantes do comitê central, órgão que vai designar, na quinta-feira, os novos dirigentes da China para um mandato de pelo menos cinco anos, anunciou o presidente Hu Jintao.

"Declaro agora que o 18º congresso do Partido Comunista Chinês concluiu vitoriosamente", declarou Hu no discurso de encerramento, pronunciado no Grande Palácio do Povo, na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim.

"O congresso elegeu um novo comitê central do partido e substituiu os líderes mais antigos por outros mais jovens", disse Hu, que vai deixar o cargo, na cerimônia de encerramento.
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A agência de notícias Xinhua confirmou que o vice-presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Li Keqiang foram eleitos para o comitê ao final do congresso partidário quinquenal, conforme já era amplamente previsto.

O futuro presidente e o futuro premiê da China iniciaram a ascensão cuidadosamente roteirizada até o escalão superior do poder.

O comitê central, órgão composto por quase 200 personalidades, deve consagrar Xi, de 59 anos, como novo número um do regime, assim como o gabinete restrito que vai comandar a segunda potência econômica mundial.

O sucessor designado do atual chefe de Governo, Wen Jiabao, provavelmente o atual vice-primeiro-ministro Li Keqiang, será designado para ocupar o segundo ou terceiro posto no comitê permanente do Bureau Político, o principal círculo de poder na China.

Além de Xi e Li, estarão no Comitê Central os principais candidatos a entrar para o Comitê Permanente, o principal órgão dirigente do PCCh e composto atualmente por nove pessoas.
O vice-presidente da China, Xi Jinping, vota durante o fechamento do 18º Congresso do Partido Comunista, nesta quarta-feira (14) em Pequim (Foto: AFP)O vice-presidente da China, Xi Jinping, vota durante o fechamento do 18º Congresso do Partido Comunista, nesta quarta-feira (14) em Pequim (Foto: AFP)

Entre eles estão o vice-primeiro-ministro Wang Qishan; o governador da província de Tianjin, Zhang Gaoli; e a integrante do Conselho de Estado (o Executivo chinês) Liu Yandong.

Wang Qishan também foi nomeado para a Comissão Disciplinar Interna, o órgão de supervisão do PCCh, informou a agência oficial de notícias chinesa "Xinhua". O Comitê Central também terá, segundo indica a Xinhua, os vice-presidentes da Comissão Militar Central, Fan Changlong e Xu Qiliang.

As mudanças na liderança foram definidas de antemão pelos membros mais antigos do partido e por líderes prestes a se aposentarem, preocupados em preservar seu poder político e proteger interesses familiares.

Definida a lista, ela é submetida à aprovação dos 2.270 delegados partidários -- uma mistura de operários-padrão, executivos de empresas, militares e minorias étnicas em trajes típicos, todos leais ao PC.

O novo comitê central tem 205 membros plenos, e cerca de 170 suplentes, para representar 82 milhões de membros do partido.

Esse comitê central irá, por sua vez, eleger na quinta-feira um Politburo com cerca de 25 integrantes, e um Comitê Permanente do Politburo, o círculo máximo de poder, que possivelmente será reduzido dos atuais nove para sete integrantes.

Em março, quando o Parlamento se reunir para sua sessão anual, Xi deve ser eleito presidente do país, sucedendo a Hu Jintao. Será então a segunda sucessão ordeira no regime comunista chinês desde sua ascensão, em 1949.

Xi e Li já têm presença assegurada no Comitê Permanente. Wang Qishan, guru financeiro recém-eleito para o Comitê Central de Inspeção Disciplinar, também deve ganhar lugar no Comitê Permanente, como encarregado do combate à corrupção.

Uma questão pendente será respondida na quinta-feira: se Hu continuará exercendo algum poder, caso preserve o cargo de presidente da Comissão Militar Central, órgão decisório das Forças Armadas.

O antecessor de Hu, Jiang Zemin, só entregou esse cargo dois anos depois de transferir o comando do partido a Hu, em 2002.

Todos os outros oito funcionários cotados para o Comitê Permanente conseguiram vaga no Comitê Central. A composição final do Comitê Permanente só será anunciada quando os líderes aparecerem em uma breve cerimônia na quinta-feira no Grande Salão do Povo, em Pequim.
Recepcionistas sorriem no último dia do congresso do Partido Comunista nesta quarta-feira (14) em Pequim (Foto: AFP)Recepcionistas sorriem no último dia do congresso do Partido Comunista nesta quarta-feira (14) em Pequim (Foto: AFP)

Nome de consenso
Mais do que qualquer slogan, a composição dos órgãos de elite do partido pode prenunciar a direção política e econômica do país nos próximos anos - mais conservadora ou mais reformista -, quanta influência Hu irá reter e, olhando uma década para frente, quem poderão ser os futuros líderes da China.

Xi é considerado um homem de compromisso, que pode ser aceitável tanto para as facções conservadoras como para as reformistas do partido.

Na semana passada, Hu Jintao convocou seus sucessores a examinar seriamente a questão da corrupção que, segundo ele, poderia levar à "queda do partido e do Estado".

O país também enfrenta sérias perguntas sobre a questão econômica, onde a chamada "década dourada" de Hu e Wen dará lugar a um crescimento abaixo de 8% em 2012, o menor em 13 anos.

Para que a China possa prosseguir com sua ascensão econômica, o número um em fim de mandato convocou na semana passada um "novo modelo de crescimento", dando mais espaço ao consumo familiar do que às grandes obras.

A rápida transformação da China também provoca uma agitação social recorrente, expressa nos microblogs', verdadeira expressão de uma opinião pública em um contexto de censura.

Estes protestos adquiriram um tom dramático entre algumas minorias étnicas, em particular os tibetanos, 70 dos quais se imolaram desde o ano passado para denunciar a repressão de sua cultura e de sua religião.

Xi chegará ao poder após um "ano horrível" para o partido, marcado pelo caso Bo Xilai, o mais espetacular escândalo dos últimos anos, e pelas revelações sobre as fortunas colossais de sua própria família e da família do primeiro-ministro Wen Jiabao.