O prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse nesta terça-feira que trabalhará pessoalmente para que seu partido apoie a reeleição dela à Presidência em 2014 e que nos próximos meses a sigla definirá uma unidade sobre a posição que deve adotar no Congresso em relação ao governo petista. Ele afirmou, no entanto, que o apoio independe da participação do partido em algum ministério do governo atual.
Kassab jantou ontem com a presidente e a expectativa era que Dilma oferecesse um ministério para o partido em troca de apoio da bancada do PSD nas decisões do governo e futuro apoio ao PT em 2014. Hoje, o prefeito participou de uma cerimônia na Câmara dos Deputados onde recebeu um prêmio pela transparência na gestão pública.
O assunto começará a ser discutido pela bancada em um almoço promovido hoje entre parlamentares do PSD com a presença de Kassab, em Brasília. "Se o partido se definir pelo apoio à reeleição da Dilma é natural que o partido esteja alinhado ao governo, mas precisamos identificar o sentimento majoritário, temos que constatar se é a vontade da maioria. Participação ou não no governo não é o que está definindo nosso debate agora", disse.
No entanto, o prefeito afirmou que vai ouvir os demais parlamentares da bancada para definir se o partido apoia Dilma ou não. "Acredito ser fundamental pelas circunstâncias que o partido vive, pela primeira vez vai ter oportunidade de disputar a Presidência da República, tem necessidade de definir o mais rápido possível sua postura em 2014. Pessoalmente defendo e defenderei que o partido caminhe para apoio à presidente Dilma e como presidente do partido serei juiz nesse processo, mas vamos respeitar o que a maioria decidir", disse.
Criado há pouco mais de um ano, o PSD elegeu quase 500 prefeitos no pleito de outubro. Com isso, a sigla tornou-se a quarta maior força no comando dos municípios, atrás de PMDB, PSDB e PT.
Dividido
Apesar de não integrar formalmente a base governista no Congresso, a maioria dos parlamentares do partido já tem apoiado várias propostas do Executivo, sendo inclusive mais fiel do algumas legendas que formam aliança governista. Dias depois do segundo turno da eleição municipal, fontes do Planalto disseram que Dilma pretendia fazer uma mudança de "pequena extensão" no primeiro escalão do governo para ampliar o espaço do PMDB na Esplanada dos Ministérios e para acomodar o PSD.
Kassab ponderou que o PSD ainda é um partido dividido e, passadas as eleições municipais, chegou a hora de ter uma posição oficial em relação ao governo. "Todos sabem que o partido hoje tem entre seus integrantes alguns que vieram do apoio à candidatura do PSDB em 2010, como eu, e outros que vieram do apoio à candidatura do PT, como diversos companheiros de diversos Estados. Nós vamos, ao longo de 2013, pela primeira vez construir uma unidade", disse.
Questionado se há uma tendência dentro do PSD, Kassab disse que sua posição é favorável ao apoio ao governo. "Eu posso falar por mim. O meu sentimento, a minha vontade é que nós possamos caminhar em 2014 com a presidente Dilma e seu projeto de reeleição", afirmou.
Segundo ele, esse posicionamento não tem data para ser definido, mas quanto antes melhor. "É importante até para que a gente possa atingir e conquistar essa unidade o mais rápido possível", disse.