O volante Esley, do Fortaleza, foi até o Rio de Janeiro nesta quarta-feira, dia 7 de novembro, para julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e saiu de lá com uma suspensão de cinco partidas, que automaticamente o deixa de fora da partida contra o Oeste, no domingo, que decidirá o acesso ou não do Tricolor à Série B do Campeonato Brasileiro. Por outro lado, o clube teve o técnico Vica e o zagueiro Ciro Sena absolvidos pela Terceira Comissão Disciplinar.
Logo após o julgamento nesta noite, o diretor de futebol do Fortaleza, o advogado Jorge Mota, que fez a defesa dos atletas e do técnico leonino no Rio de Janeiro, afirmou que entrará ainda nessa quinta-feira com um pedido de efeito suspensivo para Esley, para que ele possa jogar até que o recurso seja apreciado no Pleno. O pedido será analisado por um dos auditores do Pleno.
Presente no tribunal, Esley explicou o choque com o adversário Chicão. "Foi um lance casual em que não senti nenhum tipo de contato com meu corpo. Senti o atleta puxando minha camisa e depois só vi o sangue jorrando. Normalmente quando a gente dá um soco ou cotovelada, sente algum tipo de atrito com o corpo, mas na hora não senti. Foi um lance de jogo e infelizmente acabei cortando o rosto dele. Fiquei surpreso com o sangue escorrendo. Foi a reação dele (passar o sangue no rosto de Esley) e fiquei sem reação, sem saber o que fazer", afirmou o jogador.
No mesmo processo, o departamento jurídico do Santa Cruz também entrou em ação. Chicão, que passou sangue no rosto de Esley após levar uma entrada dura do adversário, foi suspenso por duas partidas. Como já cumpriu a automática e o time pernambucano está eliminado, o atleta cumpre o segundo jogo na próxima competição nacional que participar. Já seu companheiro Everton Sena e o auxiliar técnico Sandro Barbosa foram absolvidos.
Entenda o caso:
Fortaleza e Santa Cruz entraram em campo para disputar uma partida que inicialmente parecia que seria tranquila. Até os 42 minutos de jogo. Durante uma disputa de bola, Esley, do time cearense, pulou soltando os braços e atingiu o rosto de Chicão. Após perceber que tinha um corte no supercílio, o atleta atingido passou a mão, com o sangue escorrendo, no rosto do adversário.
Na tentativa de conter a confusão iniciada em seguida, o árbitro Paulo Godoy advertiu Ciro Sena, do Fortaleza, e Everton Sena, do Santa Cruz, que se desentenderam e trocaram chutes. Como já haviam sido advertidos com amarelo, os atletas acabaram expulsos ainda no primeiro tempo.
Após as expulsões, Godoy se dirigiu ao árbitro assistente e ao entender o lance que gerou o tumulto, expulsou Esley e Chicão de forma direta.
Esley, Ciro Sena e Everton Sena foram denunciados acusados de “praticarem agressão física” durante a partida, como prevê o artigo 254-A do CBJD. Já Chicão respondeu por infração artigo 258 do CBJD, por “assumir conduta contrária à disciplina ou ética desportiva”.
Na tentativa de conter seus atletas da confusão armada no campo do estádio do Arruda, o técnico do Fortaleza e o auxiliar do Santa Cruz entraram em campo e acabaram expulsos pelos árbitro por “invadir o gramado”.
Sandro Barbosa, auxiliar técnico de Zé Teodoro no Santa Cruz, e Vica, técnico do Fortaleza, foram denunciados com base no artigo 258-B do CBJD, acusados de “invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou o local da partida, durante sua realização”.