Reformar a casa, saldar dívidas, fazer aquela viagem tão esperada. Esses são alguns projetos que os alagoanos pretendem fazer com o décimo salário. De acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), o pagamento do décimo deve injetar até dezembro cerca de R$ 131 bilhões na economia brasileira.
O valor representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma- em valores monetários - de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, e deve ser pago a 80 milhões de pessoas, entre trabalhadores do mercado formal, inclusive empregados domésticos, segurados da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados.
Para o economista e consultor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio), Fábio Guedes, existem três subdivisões de classe de trabalhadores: servidores municipais, federais e estaduais mais os funcionários privados.
“Os servidores municipais recebem o décimo no mês de aniversário, os federais recebem em duas parcelas, em junho e dezembro e tem ainda os servidores estaduais e os funcionais privados que recebem em dezembro”, afirmou.
Ainda segundo o economista, quem recebe o 13° salário com muita antecedência tende a ficar mais endividado no início do ano. “Um servidor que recebe em fevereiro, ou os que recebem em junho, em sua maioria, gastam o dinheiro e, por isso, não conseguem saldar as dívidas”.
Para uma servidora pública que prefere não ter a identidade revelada, desde que recebe o décimo no mês de aniversário, não consegue mais sair do cheque especial. “Sou compulsiva e não posso ver nada que quero comprar. Já cheguei ao ponto de pedir dinheiro a agiota, deixar meu cartão na mão dele. Pego sempre dinheiro do cheque especial. Hoje tento sair e não consigo. É uma tortura”, afirmou a servidora.
Já para o funcionário público Manoel de Carvalho, que recebe o décimo em fevereiro, este ano o sonho de uma viagem era concretizado. “Sou muito controlado. Deixo guardado para o que realmente vou precisar. Esse ano já combinei com minha esposa e vamos para uma segunda lua de mel”, disse o funcionário.
A vendedora Rosa Maria, também poupa uma parte do dinheiro. “Deixo separado para pagar a escola do meu filho e o resto compro roupa. É o momento ideal para tentar comprar algo a mais, pois o meu o orçamento é apertado”, disse.
Dicas
O economista dá dicas do que fazer com o 13° salário. Para ele, o ideal é poupar parte do dinheiro para saldar as dívidas. “Todo início de ano é um gasto a mais. Principalmente para quem tem filhos, pois tem matrícula, material escolar”, afirmou.
Segundo Fábio, endividada, muita gente vai usar o valor a mais para fazer as compras de Natal. “Tem gente que mesmo com dívida não abre mão dos rituais de fim de ano, de comprar presente para todo mundo. O ideal é planejar para não adquirir novas dívidas”.
Guardar os comprovantes de tudo o que gasta ao longo do ano, bem como anotar o gastos e fazer uma tabela ou planilha para as contas é uma maneira de controlar o seu dinheiro. “Quando ganhar um dinheiro extra, seja esperto: guarde ou invista para aumentar o eu patrimônio”, finalizou o economista Fábio Guedes.