A economia registrará desaceleração e pode, inclusive, passar por uma contração no último trimestre de 2012, segundo documentos do Ministério das Finanças e do Bundesbank divulgados nesta segunda-feira. Apesar da atividade industrial da maior economia europeia ter sido sólida em setembro, no último trimestre de 2012 a "Alemanha registrará uma líquida desaceleração econômica", alerta o Ministério das Finanças. De acordo com o governo, a fragilidade econômica de alguns países da Eurozona afeta a locomotiva alemã. Após uma "expansão sensível da economia no terceiro trimestre" pode acontecer uma paralisação ou até mesmo um leve retrocesso do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre, destaca o Bundesbank, o banco central alemão, no relatório mensal de outubro. O governo alemão revisou recentemente em leve alta a previsão de crescimento para 2012, a 0,8%, contra 0,7% da projeção anterior. Berlim também reduziu as previsões para 2013, a 1% contra 1,6% na primeira estimativa, em consequência da crise na zona do euro e da desaceleração nos países emergentes. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 0,9% em 2012 e 2013 na Alemanha, enquanto os principais organismos econômicos alemães reduziram recentemente a 0,8% a previsão para 2012 e a 1% para 2013. O Ministério das Finanças cita vários sinais que apontam uma deterioração das perspectivas para a economia alemã, entre eles o índice IFO, termômetro da confiança dos empresários alemães, que se contraiu em setembro pelo quinto mês consecutivo. A produção industrial alemã também se deteriorou em agosto, caindo 0,5% em um mês, segundo dados provisórios publicados no começo do mês pelo Ministério da Economia. Os pedidos da indústria também caíram 1,3% em agosto em um mês, uma queda maior do que a prevista pelos analistas. Por outro lado, as receitas fiscais continuam aumentando, informa o ministério. Em setembro, a arrecadação fiscal aumentou 4,2% na comparação anual, o que permite prever que 2012 será um bom ano, afirma o relatório. O Estado, que revisou suas previsões de arrecadação fiscal para cima em maio, espera arrecadar 252,3 bilhões de euros em impostos este ano, o que supõe um aumento de 1,7% em relação ao ano passado. Pela primeira vez desde 2008, ano em que a crise financeira começou, a Alemanha registrou um superávit público no primeiro semestre do ano, um bom sinal para a primeira economia da zona do euro que quer limitar seu déficit anual a 0,5% de seu PIB. Segundo dados publicados em agosto, as finanças públicas alemãs tiveram um superávit de 8,3 bilhões de euros, equivalentes a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB). esp/etb/lgo/af.zm/eg/mv/dm