A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Alagoas já regularizou o estoque de milho em seus armazéns para atender à grande procura pelos criadores do Estado para alimentar seus rebanhos neste período de seca. A informação foi confirmada nesta sexta-feira, 19, pelo superintendente estadual do órgão, Elizeu Rêgo.
“Na primeira quinzena deste mês recebemos 500 toneladas de milho do Mato Grosso”, informou o dirigente estadual da Conab. O estoque, segundo ele, está sendo reforçado com mais 150 toneladas do grão que estão chegando diariamente. Sua previsão é de que não haverá mais problema na oferta de milho no Estado.
O Programa do Milho, com preço do produto subsidiado, é um ajuda que o governo federal criou há 15 anos para atender pequenos agricultores do semiárido nordestino no difícil período que eles enfrentam para garantir a ração de seus rebanhos durante a seca, como ocorre atualmente, sobretudo na Bacia Leiteira do Estado.
Além do rebanho bovino, criadores de aves, caprinos, ovinos e suínos também são atendidos pela venda subsidiada do grão. “Todos os rebanhos estão em dificuldade em função da falta de chuva. Por isso estamos procurando comprar o produto e garantir estoque suficiente para atender a todos os criadores alagoanos”, reforça Elizeu Rêgo.
A saca de milho, hoje, em função da estiagem e a redução da produção local, a saca de 60 quilos está sendo comercializada no mercado a R$ 45,00 ou R$ 50,00. Com o subsídio do governo, a Conab repassa aos criadores a R$ 18,12, de 1.000 a 3.000 quilos; R$ 21,00, de 3.001 quilos a 7.000 quilos; e R$ 24,60, de 7.001 a 14.000 quilos.
O presidente da Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), Domício Silva, enaltece a iniciativa do governo federal e o empenho da superintendência regional da Conab em adquirir os grãos com agilidade, mas lamentou a demora na distribuição do produto e a dificuldade para atender à demanda dos pequenos produtores.
“A situação dos pequenos agricultores alagoanos é grave! Devido à estiagem, eles não puderam manter as colheitas e nem armazenar água para seus rebanhos. Nos municípios mais distantes, o grão ainda não chegou pela ausência de pontos de distribuição da Conab na região do Alto Sertão, por exemplo”, comentou Domício.
Para o presidente da ACA, o milho é componente essencial e a principal fonte de energia para todas as rações animais. Sua falta, segundo ele, inviabiliza a continuidade da cadeia produtiva. “A produção de leite do Estado teve uma redução em torno de 25%, prejudicando a competitividade alagoana neste setor”, concluiu.