O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas, Joaquim Brito, lamentou a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar membros do partido envolvidos no escândalo do Mensalão. Ele disse que existe um conluio entre a mídia brasileira e membros do Judiciário para tentar enganar a sociedade e tirar o PT do poder.
De acordo com Brito, o Mensalão não existiu. “O próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que não existem provas, mas apenas indícios. É importante que a sociedade brasileira não seja vítima desse grande golpe em desfavor do PT. Querem tirar o nosso partido do poder por meio do tapetão. Agora só um aviso: não vão conseguir”, colocou.
O presidente do PT em Alagoas classificou o suposto conluio da imprensa com membros do judiciário como fascismo. “Como eles não conseguem o voto do povo querem fazer isso via Justiça. Os membros do PT, não só em Alagoas como também em todo Brasil, estão com as cabeças erguidas e vão seguir em frente. Não vamos nos calar com todas essas acusações falsas. Vamos às ruas protestar e mostrar toda verdade”, pontuou.
Último ministro a proferir seu voto sobre o capítulo seis da denúncia do mensalão, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, fechou o placar nesta quarta-feira (10) pela condenação do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por corrupção ativa.
“Voltei de viagem há poucas horas e em São Paulo, durante reunião com membros do Partido, observei que a luta continua. Não acredito que essa polêmica manche nossa luta, pelo contrário. Em Alagoas, por exemplo, elegemos dois prefeitos e diversos vereadores. O povo reconhece o grande Trabalho que realizamos nos últimos anos. O PT continua firme e forte”, frisou.
Brito questionou ainda a rapidez com que o processo do Mensalão foi levado ao STF. “Em 1998, em Minas Gerais, houve, comprovadamente, o Mensalão do PSDB e nada foi feito. Agora, em pleno período eleitoral, o tema chegou ao Supremo. Estranho, né? Não. O julgamento é político. Os ministros do supremo foram totalmente parciais. Basta analisar os resultados”, disse.
O presidente do PT lamentou que ‘alguns bandidos de togas ainda permaneçam no Poder’. “Quem faz esse alerta não é o PT, mas sim a ex-ministra do CNJ, Eliana Calmon. É preciso mudar essa triste realidade. A história do PT não será manchada. Continuaremos forte em nossa missão”, comentou.
Por fim, Brito disse que é favorável ao financiamento público de campanha e admitiu a existência do caixa 2 na campanha política. “Existiu, existe e existirá se continua a modalidade de financiamento privado de campanha. É preciso a reforma político nesse sentido”, finalizou.
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.