O ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do ministro revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, e votou pela absolvição do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, nesta terça-feira (9). O ministro, quinto a votar nesta “fatia” do julgamento, declarou que não encontrou provas do envolvimento de Dirceu no esquema do mensalão.

Seguindo o mesmo entendimento de Lewandowski, Toffoli, que já foi advogado do PT, desqualificou o depoimento de Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão. Segundo o ministro, as acusações de Jefferson, que afirma que Dirceu era o chefe do esquema, não podem ser levadas em consideração porque os dois são inimigos.

— Esses fatos trazem dúvida razoável sobre a autoria dos fatos imputados ao acusado. Em juízo, o único depoente que fez referência a José Dirceu foi Roberto Jefferson. Estes [os depoentes], que falaram tanto em CPI, tanto em Polícia Federal, tanto em juízo, o que dizem de José Dirceu? Nada. Por essas razões, por não haver provas, eu julgo improcedente a ação penal.

Da cúpula do PT, Dirceu foi o único absolvido por Toffoli. O ex-tesoureiro, Delúbio Soares, e o ex-presidente da legenda, José Genoino, foram considerado culpados pelo ministro.

Do chamado núcleo operacional, o advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino, e a ex-funcionária de uma de suas empresas, Geiza Dias, foram absolvidos por Toffoli.

Todos os outros réus — Marcos Valério, seus sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, e a ex-diretora de uma de suas empresas, Simone Vasconcelos — foram considerados culpados por corrupção ativa.

Quanto ao ex-ministro dos Transportes, Anderon Adauto, Toffoli não encontrou provas no processo e o absolveu das acusações.