Carlos Arthur Nuzman foi reeleito nesta sexta-feira para mais quatro anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), entidade que dirige desde 1o de julho de 1995.
Também presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Nuzman é considerado o homem forte do esporte olímpico do Brasil há quase duas décadas e será o dirigente no comando do COB até a Olimpíada de 2016, apesar de o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, ter defendido recentemente a alternância de poder nas confederações.
"Vivemos o momento mais importante do esporte nacional, uma vez que temos metas e desafios grandiosos à frente. Isso tudo faz com que a minha motivação seja a maior possível", afirmou Nuzman, de 70 anos, segundo nota do COB.
O presidente do COB, que era candidato único na eleição, teve 30 votos a favor e 1 contrário, informou a assessoria de imprensa do órgão.
O voto foi secreto, mas já se sabia que Nuzman tinha apoio de 29 das 30 federações esportivas --a exceção era a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).
Representantes de duas confederações, no entanto, não estiveram presentes: da Confederação Brasileira de Futebol e da Confederação Brasileira de Vela e Motor.
Completaram a votação os três membros natos do COB: Nuzman, seu vice na chapa, André Gustavo Richer, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, que compareceu à entidade para votar, depois de ter ficado dois meses internado, até maio, mês em que completou 96 anos.
Sobre a ausência da CBF, Nuzman disse que nunca teve problemas com a entidade.
"Nunca tive dificuldade com o presidente Ricardo Teixeira (que renunciou em março ao comando da CBF). Vamos tentar trabalhar em conjunto porque temos Copa do Mundo (em 2014) e Jogos Olímpicos. Minha relação com o presidente (José Maria) Marin vem desde a época do vôlei e não vejo dificuldade com ele na relação", disse Nuzman, que deixou em dúvida uma nova tentativa de reeleição a partir de 2016.
TOP TEN
O principal objetivo do COB para o quadriênio 2013-2016 é levar o Brasil ao grupo dos 10 países que lideram o ranking do número total medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016. Em Londres-2002, o país ficou na 22a colocação, com 3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes.
"Estou absolutamente focado no compromisso de entregar Jogos excelentes e colocar o Brasil entre os dez primeiros países pelo total de medalhas em 2016", disse Nuzman. "Essa missão é para o país e será cumprida junto com os governos federal, estadual e municipal, as confederações e todos os que amam o esporte", afirmou
"Com o aumento do aporte financeiro no esporte olímpico brasileiro após a conquista do direito de receber os Jogos Olímpicos Rio 2016, temos certeza ser possível dar um salto de qualidade e quantidade na conquista de medalhas nas próximas edições dos Jogos", acrescentou.
A gestão de Nuzman no comando do COB é marcada pela conquista do direito de sediar a Olimpíada de 2016 e os Jogos Pan-Americanos de 2007, pelo aumento de recursos públicos ao esporte e também por denúncias de irregularidades, como o estouro no orçamento da organização do Pan.
O mais recente incidente polêmico foi a demissão de nove funcionários do comitê Rio-2016, que baixaram ilegalmente arquivos de propriedade do comitê organizador dos Jogos de Londres-2012. Nuzman disse na semana passada que o grupo agiu por iniciativa própria, sem conhecimento da cúpula da organização.
Formado em Direito, Nuzman foi atleta de vôlei e depois dirigiu a Confederação Brasileira de Voleibol de 1975 a janeiro de 1997. Nesse período, a seleção masculina conquistou o ouro nos Jogos de Barcelona-1992 e a prata em Los Angeles-1984. A feminina, o ouro e a prata no vôlei de praia e o bronze no vôlei de quadra, em Atlanta-1996.
Em 2007, o dirigente foi eleito para integrar o Hall da Fama do Voleibol. Nuzman é ainda presidente da Organização Desportiva Sul-Americana (Odesur) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), no qual integra a Comissão de Relações Internacionais.