Índios da aldeia Macaúba, localizada em Tocantinópolis, perto da divisa do Tocantins com o Maranhão, ameaçaram incendiar uma torre de transmissão de energia, o que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a aprovar o envio de tropas do Exército e da Força Nacional para a cidade. O protesto dos indígenas ocorreu na quinta-feira (4), e o reforço federal para garantir a segurança está no local desde esta sexta-feira (5).
O juiz eleitoral de Tocantinópolis, Helder Carvalho Lisboa, informou que, caso a torre fosse incendiada, poderia ser comprometida a votação em cinco municípios do Tocantins. Ele relatou que os indígenas fizeram uma fogueira de aproximadamente três metros em volta da torre e que a madeira ainda está lá. A aldeia tem aproximadamente 52 pessoas que pleiteiam o fornecimento de energia elétrica, informou Lisboa.
"Ainda existe risco porque a madeira está lá. Nada impede que alguém coloque fogo na torre e prejudique a votação de domingo", disse o juiz.
A ameaça foi informada à presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, no início da noite desta quinta-feira (4). O plenário do tribunal aprovou o recurso na sessão de quinta. Segundo Cármen Lúcia, um eventual incêndio poderia causar transtornos para a votação deste domingo (7).
"Índios em Tocantinópolis cercaram uma torre da hidrelétrica Serra da Mesa. Tem dois ou três anos que eles entram em conflito com a prefeitura. Eles ameaçaram colocar fogo [na torre]. Isso ia afetar a transmissão de energia", informou Cármen Lúcia, dizendo que a situação foi controlada, mas exige monitoramento. "Acho que conseguimos em parte resolver. Esperamos que haja negociação."
De acordo com a presidente do TSE, a Funai negocia com os índigenas. "Falamos com Ministério da Justiça, eles enviaram a Força Nacional, aprovamos envio do Exército. E ali tem que entrar a Funai, porque eles tem que negociar. Hoje a Funai está lá tentando negociar." O G1 aguarda resposta da Funai.