As denúncias de improbidade administrativa e apropriação indébita de dinheiro público contra o prefeito de Coqueiro Seco, Tadeu Fragoso, já estão sendo investigadas pela Secretaria de Defesa Social. A medida contra o gestor do município, que é candidato a reeleição, foi tomada pelo procurador Geral de Justiça, Eduardo Tavares, por entender a necessidade de apurar com urgência os fatos. O caso também foi comunicado ao Tribunal de Justiça de Alagoas.

Tadeu Fragoso é acusado por servidores públicos que fizeram empréstimos consignados, de ter descontado os valores em folha salarial, mas não ter repassado para a Caixa Econômica Federal. Diante dessa situação, dezenas de pessoas estão com o “nome sujo” e só ficaram sabendo da dívida após receber as cartas de cobrança do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e da Serasa.

A ação contra o prefeito de Coqueiro Seco, que culminou com a decisão de Tavares, foi protocolada no último dia 21 de setembro, pelos vereadores Carlos Alberto Soares, Joeliton Luiz da Silva, João Imbuzeiro, José Robson Mascarenhas e Cícero Marcelo Gomes, que teriam sido procurados pelas vítimas do golpe aplicado por Fragoso. O grupo solicitou na ação criminal o afastamento imediato do atual prefeito.

Na ação foram anexados vários documentos, inclusive as cartas e contracheques que compravam o desvio de dinheiro. Todo o material, assim como a análise do procurador de Justiça que pede a abertura imediata de inquérito investigativo, foram entregues para o secretário de Defesa Social, Dário César e para o Tribunal de Justiça, já que se trata de uma denúncia contra um prefeito em exercício.

Servidores sofrem por terem o “nome sujo”

A maioria dos servidores municipais vítimas do golpe, só descobriram que estavam com o “nome sujo”, após receberam as cartas de cobrança pedindo que eles regularizassem a situação da dívida financeira de forma imediata. Ao consultarem o SCPC e Serasa foram informados, que os empréstimos feitos na Caixa Econômica Federal, de forma consignada e que estavam sendo descontados em folha, não estavam sendo pagos.

Um simples empréstimo consignado, que resolveria as finanças do gari de Coqueiro Seco, José Carlos Conceição, acabou se tornando um grande problema. O servido público municipal foi uma das vítimas da ação do prefeito e desde então vêm sofrendo por estar com o nome sujo. Ele, assim com outros diversos funcionários da cidade, está sem poder fazer qualquer nova transação bancária ou compras a crédito, devido ao golpe aplicado pela prefeitura de Tadeu Fragoso.

O gari recebeu a primeira carta cobrança há três meses. Assustado procurou a Caixa Econômica Federal para tentar entender o que estava acontecendo. Para sua surpresa, o empréstimo que estava sendo descontado de seu salário, e que deveria ser repassado para o banco pela prefeitura não estava sendo feito.


“Para mim tudo estava correndo bem. Tinha feito um empréstimo consignado em folha, há um ano e durante todo o tempo os valores foram descontados do meu salário. Só que na verdade a prefeitura descontou do meu dinheiro e não pagou o banco, e o nome que ficou sujo, como credor foi o meu. Fiquei revoltado, tentei resolver, mais até agora nada foi feito e estou impossibilidade de fazer qualquer negociação bancária. Um absurdo”, afirmou José Carlos.

Ao descobrir que tinha sido vítima de um calote da prefeitura de Fragoso, o gari procurou a gestão, mas nada foi resolvido. “Estive na Secretária de Finanças para saber o motivo do dinheiro não ter sido repassado, e eles não souberam me informar. Disseram que foi um erro. Não me falaram de prazo para resolver a minha situação e pelo que sei até agora continuo com meu nome sujo”, disse. “Estou revoltado e não aceito que um prefeito, representante do povo, se aproprie do nosso dinheiro. Ele tem que ser responsabilizado. Só fiz este empréstimo, no valor de R$ 273,00, porque seria descontado da minha folha salarial. Não queria ter problemas, pois nunca devi a ninguém”.