O ex-governador e candidato pedetista Ronaldo Lessa (PDT) tem dedicado a reta final da campanha eleitoral para lembrar que o candidato Rui Palmeira (PSDB) tem o apoio do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Estratégia legítima de associar as crises enfrentadas pela administração estadual ao candidato tucano, que é do mesmo partido do chefe do Executivo estadual.

Isto fez com que - no debate da TV Pajuçara - o Governo do Estado fosse citado por diversas vezes, sobretudo quando o assunto foi Educação e Segurança Pública. Mas, o ex-governador pedetista sentiu o peso de tal estratégia, ao ser indagado por Alexandre Fleming - o candidato do PSOL - sobre também estar escondendo suas alianças: Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor de Mello (PTB), os senadores alagoanos.

Lessa afirmou precisar dos senadores para trazer dinheiro e negou que os escondesse. Mas, saiu com uma colocação emblemática e com possíveis entrelinhas que podem ser interpretadas como desqualificação dos apoios. Ele disse que os senadores - em especial Fernando Collor de Mello - avançaram ao apoiar a candidatura pedetista. Fernando Collor e Ronaldo Lessa já foram adversários ferrenhos.

Quanto a Renan Calheiros - um dos principais articuladores desta frente que aí se encontra e apoia Lessa - anda distante do barco e se focou nas naus do interior do Estado de Alagoas. O “avanço” de Collor o fez migrar para uma frente que hoje tem o Partido dos Trabalhadores, o PDT, o PCdoB e outros, pensa Lessa (ou pelo menos expõe) no primeiro confronto público para tratar de tais alianças.

Ronaldo Lessa ainda quis rebater. Lembrou a Fleming que a vereadora Heloísa Helena (PSOL) de seu partido fez parte de uma aliança com ele na administração municipal, quando era vice-prefeita. Poderia ter ido mais longe, Mário Agra já foi secretário estadual na gestão de Lessa. O pedetista fez elogios à Heloísa Helena. Os elogios foram reafirmados por Fleming, com um acréscimo: a lembrança de que a ex-senadora saiu do PT e sempre esteve em campo o oposto aos que hoje apoiam Ronaldo Lessa.

Mas, segundo o pedetista, frise-se, seu leque de alianças é possível hoje - ainda que pareça estranho ao ser lembrada a recente história de Alagoas - porque seus aliados avançaram. Pelo visto muita coisa avança nesse Estado, menos as políticas que busquem reversão de índices calamitosos que faz que sejamos ‘medalhas de ouro’ em pontos que nada nos enchem de orgulho.

Se os outros candidatos enfrentaram alguns colocações mais duras no debate, Rui Palmeira - em um debate morno - saiu do confronto como entrou: sem ser questionado, pressionado, ou ter que se explicar sobre nada. Erro dos adversários? Do formato do debate? Enfim... 

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