A Imprensa Oficial Graciliano Ramos lançou, na noite da última quarta-feira (26), no Museu Palácio Floriano Peixoto, o livro Centenário da Imprensa Oficial de Alagoas. Além do lançamento da obra, de autoria do jornalista Fernando Coelho, a noite foi marcada por homenagens feitas a alguns grandes nomes que ajudaram a construir a história da entidade.

O diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Moisés Aguiar, deu inicio ao encontro fazendo um panorama da atuação do órgão ao longo dos anos. Criada após o Decreto Estadual nº 537 em 1912, concedido pelo então governador de Alagoas, Euclides Malta, a Imprensa Oficial Alagoana passou por diversas alterações em sua estrutura ao longo dos anos. Antes uma repartição pública, a entidade também foi considerada autarquia estadual, para só então ser a sociedade de economia mista que é hoje.

"A vida da Imprensa Oficial Graciliano Ramos está diretamente ligada à história de Alagoas. Ao longo dos anos, inúmeras publicações e produtos de autoria da entidade representaram o Estado culturalmente. Estamos em um constante processo de modernização para que esse papel social continue sendo exercido da melhor maneira possível", destacou Moisés Aguiar.

Os homenageados da noite foram indicados pelos próprios funcionários da casa, por meio de votação. Foram citados vários nomes, entre servidores ainda em atividade, aposentados e alguns já falecidos. Dentre os dez escolhidos, figuraram os nomes como os de Carlos Moliterno, responsável pela instalação da entidade no atual endereço; Zacarias Santana, que fez a primeira modernização do parque gráfico; Valter Veloso, ex-diretor financeiro e que posteriormente passou a ser presidente da entidade, assim como outro homenageado, Esdras Gomes.

Também foram agraciados Domício de Albuquerque, José Carlos Duarte e Carlos Fabiano, assim como o ex-entregador Cícero Félix, que fez um dos agradecimentos mais emocionados enquanto recebia seu prêmio.

"Quando trabalhei na Imprensa Oficial, saia distribuindo o Diário bem cedo, no início do dia. Começava na Praça Centenário, e só terminava os trabalhos quando chegava na Polícia Rodoviária Federal, tudo isso a pé. Foi uma época muito feliz, e se me pedissem, faria tudo de novo hoje" revelou, bem humorado.

Finalizando a lista de homenageados, estavam o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Jayme de Altavila, e a neta do homem que empresta seu nome a entidade, Elizabeth Ramos.

"É com muita honra e emoção que recebo essa homenagem, em nome de meu avô Graciliano Ramos. É muito significativo estar aqui, nesta noite, pois ese foi o último local onde ele esteve antes de ir para sua casa e ser preso" revelou Elizabeth Ramos

Escrito pelo jornalista Fernando Coelho, o livro Centenário da Imprensa Oficial de Alagoas, é um grande marco na história da entidade. A publicação revela muitos detalhes e fatos relevantes sobre a centenária história do órgão. Segundo Fernando Pessoa, escrever o livro foi uma missão muito prazerosa e desafiadora ao mesmo tempo.

Ele revelou que não existiram muitas fontes impressas para servir de auxílio na elaboração do seu trabalho. Um dos poucos títulos que o ajudaram no desenvolvimento da obra, foi escrito por Moacir Medeiros de Sant'Ana, intitulado A Imprensa Oficial de Alagoas, publicado em 1962.

"O principal objetivo da obra é preencher uma lacuna bastante contraditória. Afinal de contas, a instituição que conta uma parte da história de Alagoas, ainda não tinha a sua própria memória contada por ninguém" explica o autor

Ainda segundo Fernando Coelho, uma das alternativas encontradas para a falta de arquivos físicos relacionados a entidade foi tentar buscar informações em obras, artigos e notícias relacionadas às pessoas que fizeram parte dela. Além disso, ele conseguiu reunir depoimentos de diversos funcionários de diferentes épocas.

"Pude conversar com várias pessoas, entre atuais e ex-funcionários, que me ajudaram bastante, fornecendo relatos importantíssimos. Sem eles, o trabalho não teria sido concluído. De um jeito ou de outro, eles continuam fazendo a história da Imprensa Oficial Graciliano Ramos" finaliza Fernando Coelho.