O Sindicato dos Médicos de Alagoas prometeu e divulgou, na manhã desta terça-feira (25), imagens da estrutura atual do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió. São cenas fortes que chocam pela falta de condições de trabalho e equipamentos para simples serviços desenvolvidos pelos servidores que trabalham no órgão.

A divulgação das imagens ocorreu um dia após a prisão do presidente do Sinmed, Wellington Galvão, que parece ter acirrado ainda mais o clima entre governo e categoria. Em entrevista ao CadaMinuto, no último sábado, o médico prometeu mostrar à população alagoana a realidade vivenciada diariamente pelos profissionais na sede do instituto em Maceió.

"A situação do IML de Maceió é periclitante. Enquanto os médicos realizam exames, animais, como por exemplo urubus ficam cima, tando arrancar pedaços dos corpos. Um absurdo", disse o presidente do Sinmed.

Numa das imagens, médicos aparecem realizando exames de necropsia em mortos do lado de fora do prédio e precisam colocar uma pedra para suspender a cabeça da vítima. Após ser submetido ao exame, o corpo fica exposto até que seja autorizada a liberação.

"O IML não é serviço de urgência e emegergência, que as pessoas esperam por atendimento. As pessoas est]ao mortas e os médicos precisam de tempo e condições de trabalho para exercerem a suas funções e não ficarem expostos dessa forma", afirmou.

O que chama a atenção ainda é o acúmulo de lixo no pátio do instituto, fossas estouradas e muito sangue espalhado pelos corredores e salas do IML. Uma foto mostra o flagra de baratas no chão do prédio. Equipamentos utilizados pelos legistas para realizar os trabalhos são armazenados de forma inadequada. O prédio também se mostra num risco eminente devido às instalações elétricas.

Após a divulgação das imagens, Galvão afirma que não tem medo de retaliações. "Eu não sou bandido, não tenho porque ter medo. Essa unidade do IML, segundo decisão da justiça, deveria estar fechada desde 18 de dezembro de 2011 e até hoje está aberta, dessa forma", finalizou.