A empresa saudita International Sports Events (ISE), que detém os direitos sobre os amistosos da Seleção Brasileira até 2022, estaria no centro de um escândalo financeiro. Segundo publica neste sábado o jornal O Estado de S. Paulo, uma auditoria preparada pela PriceWaterhouse Coopers indicou que a companhia é suspeita de ter pagado, em uma operação de lavagem de dinheiro, US$ 14 milhões (cerca de R$ 28 milhões) a Mohamed Bin Hammam. O catariano foi apoiado pelo ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em eleição à presidência da Fifa, em 2011.

Bin Hammam acabaria desistindo da candidatura contrária à do suíço Joseph Blatter devido a acusações de recebimento de propina. Depois, o ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol foi suspenso do futebol pela Fifa por denúncias de que teria tentado comprar votos. Ele teria recebido, em 2008, US$ 2 milhões (R$ 4 milhões) da ISE para uso pessoal, de acordo com a auditoria. Quatro meses antes de deixar a CBF, o que fez em março passado, Teixeira fechou um acordo com a ISE dando-lhe o direito de administrar os jogos da Seleção por dez anos. De acordo com o jornal, a entidade recebe agora US$ 1 milhão por amistoso da equipe verde e amarela, menos do que o US$ 1,15 milhão que recebia em 2006 em acordo com outra empresa, a suíça Kentaro.