Desesperados, amigos e parentes não sabem mais a quem solicitar a liberação dos corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML) em Maceió e Arapiraca. Atualmente, na capital, 17 corpos de vítimas de assassinatos, acidentes e outros estão amontoados na geladeira e, também, na parte externa, segundo funcionários da Instituição. Desde sexta-feira (21), os médicos legistas decretaram greve por tempo indeterminado em busca do atendimento de suas reivindicações.
Durante um evento oficial do Estado, na tarde deste sábado (22), o secretário de Defesa Social, Dário César, lamentou o sofrimento das famílias e classificou como falácias as solicitações dos legistas. “Nós colocamos à disposição da categoria, oferecemos uma bolsa no valor de R$ 2 mil, além de um reajuste em janeiro no valor de R$ 1mil. No entanto, eles não aceitaram. Essa postura de deixar os parentes ao descaso é totalmente inaceitável”, frisou.
O secretário destacou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou, mais uma vez, a liberação dos corpos sem a necropsia. Ainda segundo ele, esse apelo tem como objetivo a solução parcial do sofrimento das famílias. “O presidente do sindicato dos médicos se manifesta politicamente e, infelizmente, os médicos o seguem. Na liminar, solicitamos que as contas do sindicato sejam bloqueadas e os médicos respondam individualmente. A greve,como todos sabem, é ilegal e deve acabar imediatamente”, colocou.
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) comentou, durante o mesmo evento oficial na tarde deste sábado, a paralisação dos legistas. “É lamentável que essa situação esteja acontecendo novamente. Estamos trabalhando para encontrar o melhor caminho”, pontuou.
O juiz Maurício Brêda, representando o Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas (Conseg), foi a única autoridade que se deslocou até o IML para comunicar às famílias a real situação do impasse. Aos amigos e familiares, o magistrado avisou que até a manhã deste domingo (23) a liminar solicitada pela PGE deve ser concedida.
À imprensa, o magistrado disse que alguns médicos tiveram a prisão decretada em decorrência da ‘prevaricação’. Segundo informações, agentes da Polícia Civil realizam diligências com objetivo de encontrar os legistas.