O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) - considerado uma prévia da inflação oficial - subiu 0,48% em setembro, ante alta de 0,39% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,31%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,37%.

Os preços dos alimentos foram os que mais pesaram no indicador, com impacto de 0,25 ponto percentual, ou seja, cerca de metade do índice do mês. "Ocorreu aumento em vários produtos, destacando-se as carnes, item com alta de 1,79% em setembro ao passo que havia apresentado queda de 0,76% em agosto. Muitos alimentos mostraram aumentos expressivos no mês, a exemplo da batata-inglesa (15,62%), cebola (9,00%), alho (6,08%), ovos (5,09%), tomate (4,52%), arroz (3,97%), e frango (3,46%) e pão francês (2,30%)", afirmou o IBGE em nota.

A alta dos preços agrícolas vem pesando nos índices de inflação nos últimos meses, em meio a problemas climáticos tanto no Brasil quanto no exterior. Também tiveram aceleração mais acentuada os grupos Habitação, para 0,43%, ante 0,28% no mês anterior, e Vestuário, cujos preços subiram 0,47%, ante 0,18%. Entre os grupos que registraram alta menor em setembro, Educação foi o que apresentou maior desaceleração, subindo 0,11%, em comparação a 0,54% no mês anterior.

Diante de uma inflação mais longe do centro da meta de 4,5%, o Banco Central demonstrou maior preocupação com os preços no curto prazo exatamente por conta da alta dos produtos agrícolas e não vê mais a inflação convergindo para a meta neste ano. Neste cenário, a maioria das apostas no mercado futuro de juros é de manutenção da taxa básica Selic em 7,50% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em outubro.