O político bandido, o traficante e a greve na Polícia Federal

18/09/2012 09:28 - Pinto de Luna
Por Pinto de Luna
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Em pleno no ano eleitoral e faltando poucas semanas para o dia da votação, a Polícia Federal continua em greve.

As consequências disso em Alagoas são desastrosas.

Várias são as denúncias de crimes eleitorais que não estão sendo investigadas, inclusive perdendo-se o princípio da oportunidade do flagrante. Quem ganha com isso é o político bandido que está solto na pirambeira de seu curral eleitoral.

Todas as investigações inerentes ao tráfico de entorpecentes estão paradas, ocasionando um aumento da oferta aos combalidos usuários e um lucro exorbitante aos malditos traficantes.

Mas qual a solução do impasse?

Os agentes, escrivães e papiloscopistas reivindicam não só reajuste salarial, mas o reconhecimento legítimo de perceberem seus vencimentos com enquadramentos relativos às categorias de nível superior.

Essa reivindicação passou a ser legítima há mais uma década, quando a União exigiu formação em nível superior para preenchimento dos referidos cargos. Mesmo com tal exigência, as diárias eram pagas considerando o status de nível médio, o que foi corrigido após várias negociações, sem ter-se solucionada a questão dos vencimentos.

A União impôs o nível superior para as categorias e não promoveu nenhum novo enquadramento salarial. Um absurdo equiparado à espoliação!

Como não bastasse, o Governo Federal não editou qualquer preceito normativo elencando e especificando as atribuições e prerrogativas de cada cargo na nova concepção, o que gerou o descontentamento geral por conta da instabilidade administrativa funcional.

Inegavelmente a qualidade do trabalho, apresentado pelas categorias em greve, melhorou substancialmente, o que possibilitou o desencadeamento de tantas operações policiais que estão mudando a realidade política e econômica do Brasil.

O êxito de muitas ações, que culminaram em condenações inimagináveis de alguns figurões, só se deu por conta de relatórios, depoimentos e laudos produzidos pelos agentes, escrivães e papiloscopistas.

A Polícia Federal brasileira conquistou o reconhecimento mundial de outras congêneres, ao ponto do seu Manual de Capturas de Procurados Internacionais ter sido adotado pela Interpol como modelo padrão, sendo que as técnicas ali contidas foram desenvolvidas com o labor e conhecimento de todas categorias da PF.

A excelência do trabalho há de ser bem remunerada em prol, não só das categorias em greve, mas da sociedade como um todo.

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