O Palmeiras ficou assustado com a pedida salarial de Paulo Roberto Falcão para suceder Luiz Felipe Scolari, demitido pelo clube na semana passada. E desistiu do negócio na noite desta terça.

Na última segunda-feira, um emissário esteve em Porto Alegre (RS) para conversar com o ex-volante e saber quanto que ele gostaria de receber para assumir a equipe na luta contra o rebaixamento para a Série B. Os valores surpreenderam o Verdão: cerca de R$ 600 mil mensalmente. O preço inclui o salário dele, de um auxiliar e de um olheiro.

– Eu fiquei mudo – admite um membro do departamento de futebol envolvido na negociação, mas que pediu anonimato.

As cifras são mais baixas do que as que eram pagas a Felipão (R$ 700 mil). Mesmo assim, avaliam que o valor é muito elevado para um treinador que não tem uma grande bagagem no futebol local como treinador: fracassou com a Seleção Brasileira na década de 90, teve duas passagens pelo Inter e foi demitido em julho do Bahia mesmo depois de ser campeão estadual com o Tricolor.

Para efeito de comparação, o Palmeiras estava disposto a desembolsar R$ 280 mil de salário para Jorginho, o primeiro cotado da lista de candidatos e que tem identificação com o Verdão – já foi jogador e técnico interino. Mas o Bahia não o liberou.
Outro entrave para o acerto foi o tempo de contrato. O Verdão não gostaria de fazer um acordo longo com Falcão por causa das eleições presidenciais em janeiro, mas ele confirma que solicitou um vínculo maior (até o fim de 2013), mesmo em caso de queda no Brasileirão.

– O acerto não aconteceu. Eu continuaria no Palmeiras mesmo na Série B, porque vai ser um ano importante, com Arena, Libertadores. O ideal seria fazer o possível para salvar do rebaixamento. O Palmeiras precisa de calma e carinho neste momento– disse em entrevista à TV Cultura.

O nome de Renato Gaúcho, outro desempregado, já é pedido internamente a Arnaldo Tirone e passa a ser avaliado. Cristovão Borges, ex-Vasco, também já foi cogitado.