Biólogos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) mantém uma intensa atividade de coleta de amostras de espécimes e composição de um rico banco de dados da vegetação presente em Alagoas, um exemplo é o projeto Flora das Unidades de Conservação do Estado. O trabalho é contínuo, mas na quinta e sexta-feira da semana passada o levantamento florístico foi feito na Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici.

O objetivo é coletar amostras de espécies nativas da área de mata atlântica para compor o acervo do Herbário MAC do IMA, que hoje é o maior do estado e conta com 55 mil exsicatas. Para serem coletadas, as amostras de plantas devem conter estruturas reprodutivas como flores ou frutos. “Esse trabalho do Herbário MAC do IMA é realizado em diferentes épocas do ano, já que algumas plantas possuem ciclo de reprodução diferente”, disse Maurício Carnaúba, graduando de biologia e bolsista do IMA.

Após a coleta, a amostra de planta é prensada e seca numa estufa. Em seguida ela é fixada em uma cartolina de tamanho padrão acompanhada de um rótulo que contém informações sobre o vegetal e o local de coleta. O resultado desse processo é chamado de exsicata. Ela servirá para estudos botânicos ou para alguns trabalhos específicos, como o de reflorestamento.

A APA de Murici foi criada em 1997 com o objetivo de preservar características dos ambientes naturais da região e ordenar a ocupação e uso do solo. Ela tem uma área de 116.100 ha e abrange os municípios de Murici, União dos Palmares, São José da Laje, Ibateguara, Colônia Leopoldina, Novo Lino, Joaquim Gomes, Messias, Branquinha e Flexeiras.

“O tamanho da área de mata atlântica preservada permite a existência de uma grande variedade de espécies animais e vegetais, essa rica biodiversidade torna a área de extremo interesse”. Ela é conhecida internacionalmente e ganhou da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (UNESCO) o status de Patrimônio da Humanidade.