Liquidante do Cruzeiro do Sul diz que demitirá maioria dos 720 empregados

15/09/2012 05:30 - Economia
Por Redação

O liquidante do banco Cruzeiro do Sul, nomeado pelo Banco Central para administrar a "massa falida" do banco, informou que vai demitir grande parte dos 720 funcionários da instituição. A informação foi dada por meio da assessoria de imprensa do banco Cruzeiro do Sul, nesta sexta-feira (14).

O banco teve sua liquidação extrajudicial decretada nesta sexta pelo Banco Central. Os liquidantes irão fazer o levantamento de dados e um balanço geral dos livros, documentos, recursos e bens. Eles também tem poder de vender bens para honrar negócios pendentes e fazer o pagamento dos credores.

"Grande contingente" dos 720 funcionários será demitida, ficando apenas "os imprescindíveis" para conduzir o processo de liquidação e a carteira de clientes nos produtos crédito consignado e cartão de crédito consignado, segundo a nota de Sergio Rodrigues Prates, o liquidante do banco.

Ele diz também que "adotará as medidas previstas em lei, e somente poderá se pronunciar, oferecendo novas informações – concretas e sólidas – sobre a situação do Banco Cruzeiro do Sul e os desdobramentos do processo de liquidação extrajudicial, após o período de análise dos dados da instituição".

Sobre o fato de a proposta do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não ter alcançado êxito, Prates diz que só o BC pode se pronunciar a respeito.

Rombo e liquidação
O FGC, que vinha administrando o Cruzeiro do Sul desde a intervenção do Banco Central (BC), em 4 de junho, buscava um comprador para a instituição, para evitar que o banco fechasse as portas. No entanto, as negociações – que até quinta-feira incluíam o Santander – falharam.

Uma auditoria divulgada no dia 14 de agosto apontou um rombo de R$ 2,236 bilhões nas contas do banco. O Cruzeiro do Sul trabalha principalmente com empréstimos consignados, aqueles com desconto direto no salário ou aposentadoria.

Segundo as regras do FGC, cada correntista tem garantido o pagamento de até R$ 70 mil, limitado ao saldo existente. Esse valor é calculado por CPF ou CNPJ – ou seja, clientes que tenham mais de uma conta terão garantido o pagamento de apenas R$ 70 mil ao todo. Contas conjuntas também são garantidas em até R$ 70 mil, independende do número de titulares. Valores superiores a esse poderão ser ressarcidos no processo de liquidação do banco, caso os recursos arrecadados sejam suficientes.

Do total de depósitos à vista e a prazo do Banco Cruzeiro do Sul e do Banco Prosper, cerca de 35% e de 60%, respectivamente, contam com garantia do FGC, segundo o BC.

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