O candidato presidencial venezuelano, Henrique Capriles, rejeitou nesta sexta-feira declarações repetidas pelo atual presidente Hugo Chávez sobre a possibilidade de haver "até uma guerra civil" se a oposição vencer as eleições e disse que "a guerra" é Chávez.
"O candidato do governo nos diz que, se ele perder, haverá guerra civil. Eu digo a nosso povo: a guerra é o candidato do governo porque comigo haverá paz na Venezuela", destacou Capriles em um comício realizado na cidade de Barquisimeto, no oeste do país.
Chávez advertiu que oposição pretende aplicar um suposto "pacotão neoliberal" secreto e a Venezuela "já não resistiria a isto e entraria de novo em um nefasto cenário, em uma profunda desestabilização" que aproximaria o país "talvez até de uma guerra civil".
"Não percamos tempo nas brigas, não percamos tempo no clima negativo que todos os dias os que estão há 14 anos no governo tentam semear entre nós", declarou o opositor.
As palavras do candidato da oposição, advogado de 40 anos, se produzem depois que ontem o governo denunciasse um suposto caso de suborno e mostrasse um vídeo no qual se via a entrega de dois envelopes com dinheiro ao deputado Juan Carlos Caldera, próximo a Capriles, embora sem explicar a razão desse pagamento.
O governo pediu uma investigação, Capriles reagiu expulsando Caldera de sua campanha e reforçou o pedido para que se averigue o sucedido, enquanto Caldera assegurou que se tratou de um pagamento normal de um empresário para sua campanha a uma prefeitura de um município de Caracas.
Quase 19 milhões de venezuelanos estão chamados às urnas no próximo dia 7 de outubro para escolher o presidente para o período 2013-2019, com Chávez, de 58 anos, e Capriles como principais concorrentes.