Felipão usou Bope e padre para tentar evitar crise

14/09/2012 06:36 - Futebol
Por Redação
Image

A luta de Luiz Felipe Scolari para não cair começou exatamente após o título do Palmeiras da Copa do Brasil. A frase parece contraditória, mas, assim que os jogadores conquistaram a taça tão sonhada pela torcida, o treinador e sua diretoria detectaram que alguns atletas subiram em um pedestal do qual demoraram para descer. A maioria do elenco nunca havia sido campeã de nada e ganhar um torneio nacional e que garante vaga na Libertadores iludiu boa parte dos jogadores.

Entre a conquista da Copa do Brasil, em julho, e sua queda, oficializada nesta quinta-feira, Felipão usou das mais variadas táticas para acabar com esse deslumbramento. Deu palestras motivacionais, broncas, barrou a imprensa de entrar no CT, chamou psicóloga, pediu contratações pouco acreditadas para balançar o elenco e usou até da religião e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para mudar o ânimo da equipe. Nada disso adiantou.

Mas, de acordo com dirigentes que vivem o dia a dia do grupo, o grande problema foi a guerra fria travada entre um dedo-duro e o elenco. Na tentativa de motivar seus jogadores, como fazia antigamente, Felipão teria pedido a uma pessoa próxima para alertar três jogadores por meio de notícias nos jornais: João Vítor, Daniel Carvalho e Maikon Leite.

Com notícias colocadas na mídia, o técnico esperava que o volante, que supostamente havia chegado a um treino com hálito de álcool, e o meia e o atacante, que demoravam a sair do departamento médico, "acordassem". No fim, o elenco não engoliu que fatos internos fossem vazados e começaram a questionar a liderança do pentacampeão.

No passado, já havia sido assim. Marcos, por exemplo, admite que Felipão mantinha contato com a Mancha Verde na sua primeira passagem pelo clube para avisar os organizados de quando os atletas estavam acima do peso. Na ocasião, especialmente pelo aval da Parmalat, a artimanha funcionou. Desta vez, o feitiço, literalmente, virou contra o feiticeiro.

"Para mim, a leitura é clara. As coisas demoraram a acontecer depois da Copa do Brasil, mas, quando começaram a acontecer, o Felipão perdeu o controle do grupo. A história do dedo-duro ninguém engoliu. Acho que trocar o técnico foi uma medida emergencial, mas, agora, espero que Tirone faça a limpeza completa. Ele poderia trocar até a grama da Academia", disse um dos dirigentes que faz parte de sua diretoria e que chegou a ser usado pela comissão como possível bode expiatório para a polêmica do dedo-duro.

Como últimas tentativas para tentar tirar o Palmeiras da zona de rebaixamento, Felipão apelou mais uma vez para o motivacional. Em São Paulo, convocou um padre para uma oração no vestiário. Depois, chamou um pastor para agradar os evangélicos. O resultado foi uma vitória contra o Sport, mas uma derrota diante do Atlético-MG.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..