A categoria dos agentes penitenciários de Alagoas se vê em mais um conflito. Antes reivindicando situação ao governo, o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindapen), ganhou um rival que pode dividir os servidores e mudar os rumos da classe.
Na manhã desta quinta-feira, um segundo grupo da categoria, nomeado de Sinaspen, organizou uma coletiva de imprensa que iria discutir as afirmações do promotor da Vara de Execuções Penais, Cyro Blatter, sobre a existência de esquema de corrupção envolvendo agentes do Sistema Prisional.
O presidente do Sindapen, Jarbas Souza, afirmou que o grupo não é considerado sindicato, uma vez que a constituição não permite dois grupos para uma mesma classe. “Esse grupo vem tentando essa criação desde junho e é basicamente formado por, mais ou menos vinte pessoas, discidentes do Sindapen e que saíram do sindicato por não concordarem com algumas coisas. Até aí tudo bem, mas agora eles estão sendo fomentados pelo governo e pelo próprio Sgap e mudaram as suas ideologias”, disse.
Segundo Jarbas Souza, cerca de 1/3 dos agentes penitenciários são remunerados com função gratificada ou ocupam cargos comissionados e que muitos dos servidores passaram a se envolver diretamente com o governo, inclusive em eventos oficiais.
“Nós denunciamos irregularidades e a falta de condições de trabalho. Estamos na ativa desde 2006 e agora nos deparamos com um grupo que não consideramos como legal e nem pode estar aí. Líderes desse grupo ainda são filiados ao Sindapen”, disse.
Quando o presidente do Sindapen aponta líderes do grupo discidente como filiados, destaca o presidente do Sinaspen, Rogério De Oliveira Wanderley, que deixou o grupo há alguns meses, mas continua filiado.