Três anos após fechar as portas, a empresa carioca Leite de Rosas está voltando à comunidade da Mangueira, na Zona Norte do Rio, para retomar suas atividades no complexo da Rua Ana Neri, segundo informou o governo do estado nesta segunda-feira (10).

O laboratório deve voltar a funcionar ainda este ano. O diretor industrial da empresa, Heraldo Ribas, disse esperar que, em dois anos, todos os setores de produção estejam funcionando a pleno vapor, gerando 400 vagas, que serão prioritariamente destinadas aos ex-funcionários e a moradores da Mangueira.

“Voltamos para a Mangueira pela necessidade de logística e de resgatar os valores da empresa. A Leite de Rosas faz parte da tradição da cidade. Esse retorno também tem a ver com a pacificação da comunidade. Dos cerca de 480 funcionários que tínhamos, 80% eram moradores da região. Quando souberam que estávamos aqui, começamos a receber currículos e telefonemas”, disse Ribas, neto do fundador da marca.

Segundo Ribas, a meta é produzir por mês em média de 5 milhões de frascos de Leite de Rosas. Conseguir apoio e patrocínios para projetos da comunidade também é uma das metas da empresa.

“Queremos voltar a ajudar em projetos na comunidade, como fazíamos antes, com a escola de artes. É importante recuperarmos esse elo”, disse Ribas.

Segundo o governo do estado, problemas de gestão provocaram o fechamento da empresa, aberta em 1929, quando o farmacêutico Francisco Olympio de Oliveira criou a loção na garagem de casa, em Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio. Desde 2009, a Leite de Rosas estava funcionando apenas em Aracaju, Sergipe.

Para o secretário estadual de Trabalho e Renda, Paulo Novaes, a volta da empresa reflete o bom momento do Rio.

“O retorno da Leite de Rosas vai contribuir para a geração de empregos e, quem sabe, possa incentivar a instalação de outras empresas em comunidades pacificadas”, afirmou o secretário.

A Unidade de Polícia Pacificadora da Mangueira foi inaugurada em 3 de novembro de 2011, e foi a 18ª a ser inaugurada pelo governo do estado.