Coordenador de combate às drogas é contra projeto

11/09/2012 02:46 - Maceió
Por Redação
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A reforma do Código Penal Brasileiro entre outras sugestões de alteração da lei traz à tona o problema do consumo de drogas. Segundo juristas, o novo documento visa tratar a descriminalização do plantio, compra e porte de qualquer tipo de droga para uso próprio.

Polêmico por si só, o tema tem levado a sociedade a debater uma realidade que está cada vez mais presente nas famílias alagoanas.

A reforma prevê que o indivíduo que for pego com drogas e declarar que é para seu consumo próprio não sofrerá nenhuma penalidade. A alteração ao Código Penal no que se refere à quantidade que o portador poderá levar consigo será regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) onde a quantidade de entorpecente será para seu uso próprio no período de cinco dias.

O coordenador da Campanha de Combate às Drogas em Alagoas, Keginaldo Paiva, se mostra totalmente contra essa alteração no Código Penal. “Liberar o consumo não vai resolver os problemas. É preciso tratar de ações preventivas e não permissivas”, comenta Paiva.

Em Alagoas existem altíssimos índices de violência e praticamente todos os casos estão ligados de forma direta ou indireta com o consumo de drogas, afirma Keginaldo. “É preciso que existam políticas públicas que tratem os jovens que estão envolvidos pelas drogas e que haja a sua reinserção na sociedade. Precisamos de mais espaços público gratuitos para tratar os dependentes e não liberar o uso das drogas”, reforça Keginaldo Paiva.

Tornar legal o que sempre foi tratado como ilegal com certeza requer um debate mais aprofundado. Com opinião totalmente contrária a essa medida a empresária M.S.F., mãe de três filhos viveu na pele o drama de ter dois jovens destruído pelo mundo das drogas. Seus filhos gêmeos, adolescentes, de 17 anos foram seduzidos pelas drogas.

“No primeiro momento o desespero tomou conta de toda a família. A primeira reação foi tentar me culpar. A família se desestruturou. Depois de anos e anos entre internações, tratamentos psicológicos, terapias e muitas, muita compreensão a apoio da família consegui tirar meus filhos das drogas. Conheço todo o processo de ver um filho entrar e sair de um vício e jamais serei a favor de uma medida dessas. Não consigo entender uma lei que libera o ilegal”, desabafa a empresária.

“Se com todas as proibições e punições da lei a droga está presente em todas as camadas da sociedade e atraindo cada vez mais consumidores, com a legalização do consumo a sociedade só irá perder e infelizmente os jovens serão as primeiras vítimas de um caminho sem volta. O tratamento dos meus filhos foi muito caro e felizmente eu pude arcar com as despesas. O que acontece é que a droga atinge pessoas de todas as camadas sociais e o poder público não oferece tratamento gratuito de qualidade. Para os consumidores de baixa renda poucas são as chances de se livrar desse mal. Espero que não legalizem o consumo e sim busquem formas mais enérgicas de punir os traficantes e usuários”, reforça M.S.F.
 

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