Cadeirante americana é exemplo de versatilidade na Paraolimpíada

07/09/2012 18:40 - Mundo
Por Redação
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Tatyana McFadden contraria as estatísticas desde que veio ao mundo, em 1988. Original de St. Petersburgo, na Rússia, nasceu com espinha bífida, grave anomalia em que a coluna vertebral não se fecha e causa paralisia. Em recém-nascidos, se não houver ação imediata, não tem cura, mas pode ser fatal. Ela esperou 21 dias para ser operada, e sobreviveu.

Ainda bebê, Tatyana foi mandada a um orfanato. Mas a estrutura era aquém de suas necessidades. Não havia cadeira de rodas, e ela usava os braços apoiados no chão para se locomover até os 6 anos. Sua vida mudou quando Debora McFadden visitou o local, em 1994. A americana, que trabalhava com pessoas com deficiência, simpatizou com a menina e quis adotá-la.

Ainda havia mais um obstáculo a ser rompido. Ao trocar a Rússia pelos Estados Unidos, Tatyana ficou doente. Teve anemia e perdeu peso. Os médicos a desenganaram. Só que mais uma vez ela sobreviveu.

Naturalizada americana, nascia ali uma das mais versáteis competidoras do atletismo paralímpico. E a força que mostrou para sobreviver também se reflete em sua carreira como atleta da classe T54 (cadeirantes): dedica-se desde as provas mais rápidas ate à de resistência.

Aos 23 anos, Tatyana somava sete medalhas paralímpicas, mas faltava a de ouro, que já veio em dose tripla em Londres-2012. Na última sexta-feira, ela venceu a final dos 1.500m, com o tempo de 3m36s42. Soma-se a ela os triunfos nos 400m e 800m.

As duas últimas participações da americana na Paralimpíada de Londres são os dois extremos do atletismo. Neste sábado, ela compete nos 100m, para menos de 24 horas depois largar na maratona, às 4h (de Brasília) de domingo.
Não é à toa que suas companheiras da equipe americana a chamam de The Beast (A Besta).

Ela ri do apelido, mas prefere destacar sua competitividade.

– Aprendi que vencer é sobreviver. Tenho de manter o foco no pódio para recuperar a energia. Sou uma obstinada por vitórias.

A história de Tatyana é a prova disso.


 

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