o governo central --formado pelo governo federal, Banco Central e Previdência Social-- registrou superávit primário de 3,989 bilhões de reais em julho, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira. No mês anterior, o saldo havia ficado positivo em 1,113 bilhão de reais.
No ano até o mês passado, o saldo acumulado está positivo em 51,905 bilhões de reais.
O Tesouro informou que, em julho, as receitas do governo central apresentaram acréscimo de 8,3 bilhões de reais sobre o mês anterior, passando a 88,4 bilhões de reais. O destaque ficou para a receita com dividendos de estatais, que apresentaram forte crescimento: em junho, ela somou apenas 183 milhões de reais e, no mês passado, 2,339 bilhões de reais.
No lado das despesas, os gastos aumentaram 7,4 bilhões de reais em julho frente a junho, para 72,896 bilhões de reais. Isso ocorreu devido à elevação de cerca de 5 bilhões de reais nos gastos com o pagamento de Abono Salarial e Seguro Desemprego e de 2,5 bilhões de reais nas despesas não obrigatórias.
No acumulado do ano, as despesas do governo central aumentaram 48,6 bilhões de reais, para 452,569 bilhões de reais, 12 por cento maior que o verificado em igual período de 2011. As receitas cresceram menos, 7 por cento no período, para 504,475 bilhões de reais.
O Tesouro informou ainda que o investimento público acumulado no ano até julho, incluindo o programa Minha Casa Minha Vida, somou 38,8 bilhões de reais, 29,4 por cento maior que o gasto em igual período do ano anterior.
As contas do governo central têm sido influenciadas, entre outros, pela desaceleração da arrecadação de tributos. Em julho, essa receita somou 87,947 bilhões de reais, com queda real de 7,36 por cento em comparação a igual mês do ano passado e alta de 3,22 por cento em relação a junho.
Na Previdência Social, o déficit com o pagamento de pensões e aposentadorias atingiu em julho 2,581 bilhões de reais, 17,5 por cento maior frente a julho de 2011 e 6,8 por cento menor na comparação com junho.
Esse cenário pode melhorar ao longo dos próximos meses, já que uma possível recuperação econômica deve ajudar a melhorar a arrecadação. A previsão do Ministério da Fazenda é de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 3 por cento em 2012, mas o mercado estima expansão de apenas 1,73 por cento.