É uma luta diária, cansativa, mas que Ricardo Gomes enfrenta com a força dos tempos de zagueiro e a dedicação de um técnico vitorioso. Exatamente um ano após sofrer um AVC, ele, mês a mês, deixa progressivamente qualquer sequela para trás e, com uma recuperação exemplar, mantém mais do que acesa a esperança de voltar a fazer em breve o que mais ama: trabalhar com futebol.
Se há alguns meses havia certa cautela, hoje Ricardo Gomes tem o aval de familiares e médicos para voltar a ser técnico. Clinicamente, inclusive, já poderia estar trabalhando. A parte motora já está recuperada, mas ainda resta a parte de sensibilidade do corpo.
– Hoje ele anda com uma velocidade normal, sobe e desce escadas alternando degraus. Uma evolução muito grande desde o início da fisioterapia, em outubro. Faz tudo sozinho.
Falta apenas a recuperação da sensibilidade, que não há como prever quando acontecerá – explicou José Vicente Martins, fisioterapeuta de Gomes e professor de fisioterapia neurológica na UFRJ.
Há algum tempo, Gomes já deu prazos. Falou em voltar até julho ao time. Hoje em dia, evita isso. Mas sem deixar de lado seus objetivos.
– Para nós, o Ricardo nunca falou em desistir. O objetivo dele é treinar o Vasco. Se quiser, pode voltar a treinar amanhã ou ano que vem. É uma decisão que ele vai ter que tomar. Mas ele parou de se dar esses prazos – disse o fisioterapeuta.
Atualmente, Gomes faz três dias por semana de fisioterapia, três de musculação e, nos dois restantes, faz hidroterapia. Sem descanso.
No Vasco, a diretoria mantém a confiança no trabalho de Cristovão Borges, aguardando pela recuperação de Gomes. Já há um contrato feito com o clube, desde o início deste ano, mas sem assinatura.