Saiba como se proteger da inflação em investimentos de longo prazo

28/08/2012 05:43 - Negócios
Por Redação

Investidores que querem fazer uma poupança de longo prazo (15, 20 ou até 30 anos) devem colocar seu dinheiro em títulos do Tesouro atrelados à inflação ou em ações de grandes empresas com histórico de bons dividendos para se protegerem da inflação. Segundo analistas, ainda assim o investimento de longo prazo pede diversificação para evitar riscos e, consequentemente, prejuízo.

De acordo com Clodoir Vieira, economista-chefe da Corretora Souza Barros, uma boa opção para fugir da inflação, para investidores cautelosos, é a compra de títulos do Tesouro Nacional (que são papéis emitidos pelo governo federal e vendidos para financiar a dívida, educação, saúde e infraestrutura do País) atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O ideal é escolher um título que pague pelo menos o IPCA e mais algum percentual, assim a rentabilidade está garantida no caso de a inflação subir", diz Vieira.

Segundo ele, para investidores mais arrojados, uma boa opção pode ser investir em ações ou fundos de ações de empresas com histórico de bom pagamento de dividendos (lucros pagos aos acionistas periodicamente). "As empresas do setor de telefonia e energia são as campeãs de distribuição de dividendos na média dos últimos cinco anos", afirma. Dentre as empresas que ele considerou boas pagadoras de dividendos destacam-se a Eletropaulo, Cremer, Coelce, Light, Aquatorial, Taesa, AES Elpa, AES Tietê, Eternit e Tran Paulist.

O educador financeiro Mauro Calil é taxativo ao indicar a compra de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) como o melhor investimento para poupanças de longo prazo e que não vão perder capital caso a inflação venha a subir. "Quem compra ações de empresas organizadas, que também vão se proteger da inflação, com certeza não vão precisar se preocupar com perda de capital e vão garantir uma melhor lucratividade", afirma.

Segundo ele, o melhor para investimentos de longo prazo é que sejam pulverizadas as opções, com uma menor quantidade de capital em cada ação ou fundo, para que sejam minimizados os riscos. "A melhor forma de investir é com consistência e congruência. Quando o investidor dilui os investimentos ao longo do tempo, também diminui os riscos." Ele sugere ainda que o investidor sempre reinvista o valor dos dividendos recebidos, para ampliar o capital para a poupança futura.

Para o sócio-proprietário da YouTrade, Marcelo Coutinho, além dos títulos do Tesouro atrelados à inflação, o investidor deve colocar parte do capital em ações ou fundos de ações. "Se analisarmos a evolução das ações na Bovespa de 2000 a 2010, vamos perceber que há empresas e fundos em que a rentabilidade chegou a 4.000%, muito acima de qualquer inflação registrada no período."

O economista da NGO corretora Sidnei Nehme diz que outra opção interessante são os fundos imobiliários, formados por grupos de investidores com o objetivo de aplicar recursos, solidariamente, em todo negócios de base imobiliária, tanto em empreendimentos como shoppings como em imóveis prontos. "É preciso analisar o imóvel no qual o fundo aplica, mas em geral a rentabilidade é muito superior que a inflação e pode ser uma opção para longo prazo", diz.

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