No rádio, candidatos investem em 'programas descompromissados'

27/08/2012 22:00 - Política
Por Redação

Com uma abordagem de programa diário de rádio, com apresentadores e um clima descompromissado, os candidatos Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e José Serra (PSDB) apresentaram propostas e alfinetaram os adversários durante o horário eleitoral gratuito para a rádio nesta segunda-feira.

O programa de Russomanno investiu em uma locutora que comentava durante o jingle: "a cidade não para de cantar a música do Russomanno". Após explicar o que é ser um padrinho dentro de uma família, ela chama o candidato para comentar a denominação na política.

Assim como em entrevistas, Russomanno disse não ter "padrinho político". "Padrinho é quem quer escolher por você. Eu não tenho padrinho, você é meu padrinho, você é minha madrinha!", diz Russomanno aos ouvintes. "O que acontece é candidato se pendurando nos padrinhos", comenta a apresentadora.

O programa de Fernando Haddad (PT) começou com uma música suingada chamando para a "Rádio 13, o programa do Haddad" - cuidadosamente com conversas paralelas, como se Lula, Haddad e os dois apresentadores estivessem debatendo questões. Lula é o primeiro a aparecer e brinca: "Está sendo um prazer! Vamos usem e abusem da minha vontade de falar (...) Eu sempre gostei mais de rádio, não sou muito bonito", diz.

Na conversa, os petistas acusam a prefeitura de São Paulo de não usar os programas do governo federal. "Presidente, o senhor fez um dos melhores programas, 'Minha Casa, Minha Vida', mas não chegou com o vigor que merecia em São Paulo", diz Haddad. "O Bolsa Família demorou muito para chegar", completou Lula.

Ex-ministro da Educação, Haddad citou suas realizações quando esteve à frente da pasta, mas aproveitou para criticar a gestão da saúde. "Vamos criar um centro totalmente inovador, vamos pegar o laboratório de especialidade e agregar com laboratórios e centro cirúrgicos no mesmo lugar", disse o candidato.

O programa terminou com Lula comparando Haddad à presidente Dilma Rousseff. "Quando indiquei a Dilma para ser presidenta, todo mundo dizia que ela não tinha experiência. E ela está aí. Conheço poucas pessoas no Brasil com a dedicação e a experiência do Haddad. Nós confiamos nele e queremos o melhor para a cidade de São Paulo", conclui o ex-presidente.

Gabriel Chalita (PMDB) contou com duas personagens para apresentar o programa, Ciça e Cecília. O candidato entra na conversa e fala sobre educação e as escolas de tempo integral.

"Eu consegui fazer (a escola de tempo integral) em São Paulo, foi uma pena que o Serra fechou metade dessas escolas. Ele fechou porque estava fechado com o Alckmin", alfineta Chalita, que ganha elogios das personagens: Ai Chalita, você dá tanta esperança pra gente". A polarização entre PT e PSDB é citada na música que encerra o programa: "a briga é deles, mas a cidade é minha".

O candidato José Serra ganhou um programa com dois apresentadores e diversos personagens - o tucano, porém, só fala quando é chamado pelos apresentadores. "Para São Paulo andar melhor, precisa ter mais metrô e trens urbanos, ônibus e a solução novo, monotrilhos. O governo federal, embora arrecade muito, não colocou um centavo para fazer o metrô, está errado. Meu compromisso é claro, com a parceria com Alckmin, vamos investir muito mais", diz o candidato.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é citado mais uma vez no programa, como dupla de Serra. Já o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), foi citado apenas uma vez, rapidamente. "Serra prefeito e Alckmin governador levaram o bilhete único para os trens e metrôs. E o Kassab aumentou o horário", diz um dos apresentadores.

"É importante que o São Paulo tenha o monotrilho. Nós fizemos o expresso Tiradentes do centro para Vila Prudente. Retomamos obras paradas e concluímos. A zona leste vai receber o primeiro monotrilho de São Paulo", explica o candidato. "Na época do PT, não havia investimentos no metrô", diz. Com um samba, a música comenta os projetos para o transporte, além das ações de Serra quando ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardosos (PSDB). "O Serra tem um grande coração", diz um personagem.

Soninha (PPS) apresentou uma personagem, Érica, e focou na educação: "não pode ter na prefeitura, escola que é boa e escola ruim". Ana Luíza (PSTU) defendeu "a estatização dos meios de transportes". Nos últimos segundos, cutucou os adversários que têm mais tempo na rádio e na TV: "Fique agora com os programas de quem só promete". Paulinho da Força (PDT) aproveitou o programa para falar do "choque de gestão na área da saúde". Eymael (PSDC) aproveitou os 50 segundos pra avisar que em seu site há transmissão ao vivo e bate-papo com o candidato.

Anaí Caproni (PCO), Miguel Manso (PPL) e Levy Fidelix (PRTB) reprisaram programas anteriores. Carlos Giannazi (Psol) se apresentou novamente, e defendeu a eleição direta das subprefeituras. Assim como na TV, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) não foi identificado pelo programa, mas pediu votos para o candidato. 

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