Os servidores do Judiciário Federal e do MPU em Alagoas retomaram a greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (20). As atividades de mobilização se concentraram em frente ao prédio das Varas do Trabalho, onde a categoria recebeu várias manifestações de apoio.
Os servidores aderem à greve nacional, a maior greve no governo petista, que conta com mais de 40 categorias do serviço público. Os trabalhadores do Judiciário lutam pela aprovação dos projetos de leis 6.613/2009 e 6.69/2009 que revisam os Planos de Cargos e Salários (PCSs) da categoria, os quais se encontram parados na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal há mais de dois anos.
No primeiro dia de greve, o Coordenador Jurídico do Sindjus/AL, Paulo Falcão, fez relatos da mobilização nacional na semana passada, como a Marcha a Brasília, que reuniu mais de 10 mil pessoas; a reunião ampliada da Fenajufe que aprovou o fortalecimento da greve e o “Fora Dilma” e o ato público na visita de Dilma a Alagoas. De acordo com ele, o“Fora Dilma” representa todas as indignações contra os ataques aos servidores, a exemplo da privatização da previdência, a quebra da paridade e integralidade, a privatização das estradas, das ferrovias, das rodovias, dos aeroportos e dos portos através do Programa de Investimentos em Logística (PIL); bem como os cortes orçamentários nas áreas da Saúde, Segurança, Educação, Moradia e Reforma Agrária. “Dilma, chega de reajuste zero para os trabalhadores do setor público”, disse o sindicalista.
O Coordenador Administrativo do Sindjus/AL, Alex Sandro Cardoso, ressaltou que a greve tem que ser construída por meio de cada servidor, utilizando-se de visitas aos locais de trabalho para o fortalecimento do movimento grevista.
A servidora da 9ªVara Rosa Mendonça informou que os 30% dos serviços essenciais estão mantidos na vara onde ela trabalha. Ela defendeu maior participação da categoria nesse momento de greve, senão, os servidores passarão mais dez anos sem nenhum reajuste.
O Coordenador Geral do Sindjus/AL Alexandre Sarmento, esclareceu que cada servidor tem que fazer sua parte. “Se cada um ficar esperando pelo outro, não irá conseguir nada. Cada um tem que ter a consciência de fazer a sua parte para conseguir fechar um acordo no final deste mês”.
Os servidores receberam manifestações de apoio de advogados trabalhistas, de integrantes da CSP-Conlutas, da Oposição ao Sindicato dos Previdenciários, do Movimento Mulheres em Luta. Na manifestação, Laís Goes ressaltou que o governo beneficia banqueiros e empresários com isenções fiscais, pagamento dos juros da dívida pública, enquanto para os servidores era o congelamento de salários. Ela convocou os presentes para participar de uma reunião do Movimento Mulheres em Luta que ocorrerá às 14 horas, na próxima quinta-feira (23), no Sindipetro.
Na greve, além da revisão dos PCSs, os servidores também reivindicam a reprovação dos PLP’s 01/2007 e 549/2009, que tramitam na Câmara dos Deputados e possibilitam o congelamento de salários dos Servidores Públicos Federais e a precarização dos Serviços Públicos; a jornada de trabalho de 06 horas diárias sem redução de direitos em contraposição à Resolução nº 88 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ; a manutenção da atual estrutura administrativa e organizacional da Justiça do Trabalho, no que for mais benéfica, em contraposição às Resoluções nºs 53, 63 e 83 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT; a implantação de políticas efetivas de combate a todas as formas de assédios moral e sexual no âmbito do Poder Judiciário Federal e do MPU; o fim da terceirização de serviços e da requisição de servidores mediante realização de concurso público para ampliação e valorização dos quadros efetivos de servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU; a reprovação da proposta de Projeto de Lei de extinção de cargos de Auxiliar Judiciário do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT e o pagamento administrativo de passivos trabalhistas, a exemplo de URV/Quintos e devolução de imposto de renda sobre parcelas indenizatórias recebidas de passivos trabalhistas (juros de mora).
Atividades da greve - Ao final do ato público, os servidores aprovaram realizar visitas em todas as varas trabalhistas, convocando os servidores a adesão à greve. A concentração desta terça-feira (21) será em frente ao prédio das Varas do Trabalho, a partir das 9 horas.