O ex-campeão mundial de xadrez e líder da oposição Garry Kasparov foi detido nesta sexta-feira pela polícia russa em frente a uma corte de Justiça de Moscou por se manifestar em apoio à banda punk Pussy Riot.
As integrantes da Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso por fazerem um protesto contra o governo na principal catedral de Moscou.
Nadezhda Tolokonnikova, de 22 anos, Marina Alyokhina, de 24, e Yekaterina Samutsevich, de 30, disseram que estavam protestando contra as relações próximas entre Putin e a Igreja ortodoxa russa e não tinham a intenção de ofender os fiéis.
As acusadas "Tolokonnikova, Samutsevich and Alyokhina cometeram um ato de vandalismo, uma grave violação da ordem pública, mostrando evidente desrespeito pela sociedade", disse a juíza, alegando que o breve protesto foi baseado em "motivos de ódio religioso e inimizade".
As três jovens mulheres, algemadas, permaneciam sentadas em silêncio em uma cela de vidro no tribunal e de vez em quando sorriam ou davam risadas uma para a outra enquanto a autoridade lia o veredicto.
Centenas de pessoas do lado de fora cantavam "Liberdade" e "Rússia sem Putin!", e a polícia deteve diversos ativistas, incluindo líderes da oposição.
"Nosso aprisionamento é um claro e distinto sinal de que a liberdade do país inteiro está sendo tirada", disse Tolokonnikova em uma carta escrita na prisão e colocada na Internet por seu advogado Mark Feigin antes do veredicto desta sexta-feira.
Anteriormente, o grupo americano Red Hot Chilli Peppers também prestou apoio às jovens durante um show na capital russa, campanha que foi imediatamente seguida por Paul McCartney, Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.
Atos públicos em apoio ao grupo punk russo foram realizados em diversas cidades de todo o mundo. Amanhã, nas imediações do tribunal Jamovniki de Moscou, líderes e partidários da oposição não parlamentar russa também se reunirão para uma grande manifestação.