O novo Citroën C3 é um carro para um público que gosta de sofisticação “e que sabe fazer conta”, define o presidente da PSA Peugeot Citroën para o Brasil e a América Latina, o português Carlos Gomes. Nesta terça-feira (7), a montadora francesa, famosa pelo seu design, apresentou a versão brasileira do hatch, totalmente renovado e com diferenças em relação ao que é vendido na Europa. O modelo fabricado em Porto Real (RJ) custará a partir de R$ 39.990, preço da versão básica Origine (motor 1.5).
Em oferta de despedida, o C3 antigo parte de R$ 34.990 (motor 1.4). Os valores anunciados estão todos com desconto de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).
Confira todos os preços do Novo C3 (com desconto de IPI)
Origine: R$ 39.990
Tendence 1.5: R$ 43.990
Exclusive 1.6: R$ 49.990
Exclusive 1.6 (com transmissão automática): R$ 53.990
De série, todas as versões do novo C3 terão freios ABS, airbag duplo, direção elétrica e ar-condicionado, entre outros itens. Haverá duas opções de motorização. A versão de entrada e a intermediária contarão com o novo bloco 1.5 8V flex, de 93 cavalos, em substituição ao antigo 1.4.
Essa versão intermediária, chamada Tendence, deverá responder pela maior parte das vendas e custará R$ 43.990. Foi nela que Gomes fez a principal aposta: bateu o pé para ter o para-brisa panorâmico Zenith, e não apenas na topo de linha, como ocorre na Europa. “Senão, seria só mais um compacto”, diz o executivo, que também destaca a iluminação diurna em LED nos faróis, exclusiva do carro brasileiro. “É o helicóptero mais barato do mercado”, brinca, ainda se referindo ao tamanho do vidro dianteiro.
O tal para-brisa tem um mecanismo que pretende estendê-lo dos 99 cm de largura para 1,35 m, esticando-se sobre a cabeça do motorista e do passageiro, ampliando o campo de visão.
Com ele, a topo de linha Exclusive custará a partir de R$ 49.990, também com câmbio manual.
Por R$ 53.990, ela vem com transmissão automática de 4 velocidades e borboletas (paddle shifts) ao volante para possibilitar a troca manual. Além disso, será equipada com o motor 1.6 16V flex, de 122 cv e 16,4 kgfm de torque, que dispensa o “tanquinho” de gasolina (para partida a frio) graças ao sistema Flex Start, e que primeiro equipou o Peugeot 308, lançado no começo do ano, e recentemente chegou ao Citroën Aircross 2013. A primeira a usar esse sistema, que começa a aquecer o etanol quando a porta do carro é aberta, foi a Volkswagen, com o Polo, mas a PSA é pioneira no uso em larga escala.
Só um concorrente
Gomes aponta apenas um concorrente direto para o hatch, “pela proposta diferente”: o Ford New Fiesta Hatch, que custa a partir de R$ 44.130 e é oferecido apenas com motor 1.6 (115 cv) e câmbio manual. No entanto, o carro também disputa espaço no mercado com o recém-chegado Chevrolet Sonic, o renovado Fiat Punto e o Peugeot 308.
A Citroën considera que o C3, desde o seu lançamento, inaugurou “o segmento B premium” no Brasil e, obviamente, diz o presidente, era difícil substituí-lo. “Queríamos fazer o melhor compacto produzido no Brasil, melhor do que na Europa”, resume. Para isso foram necessários 3 anos de estudo, que resultaram inclusive em mudanças no design em relação ao europeu, dando cara ‘brasileira’ ao modelo.
Além dos equipamentos inéditos para o hatch, Gomes destaca o “size impression” da segunda geração do carro, ou seja, a impressão que se tem de seu tamanho, aparentemente maior que os demais compactos. A nova geração do C3 ficou maior: são 9,4 cm a mais no comprimento (3.94 m) e 4,1 cm de largura (1,71 m); a distância entre-eixos continua a mesma (2,46 m).
Citroën quer atrair os homens para o modelo
O para-brisa será o principal ponto nas propagandas do novo C3, mas a montadora não aposta só na vista privilegiada e na matemática para atrair novos clientes para a linha – sim, novos, porque o modelo, até então conhecido como carro de mulher (63% das vendas são para elas, afirma o presidente), pretende conquistar também os homens, com as mudanças no design e os novos motores.
A Citroën quer se desfazer também do rótulo de careira no pós-venda, sobretudo pelo valor de peças de reposição. Assumiu a fama na TV, com uma campanha para divulgar o preço fixo da primeira revisão em que o cliente fictício, ao ser informado do valor, responde, surpreso: “mas falaram que era mais...”.
Gomes, que vive há 2 anos no Brasil, se diz obcecado em mudar isso. E promete ir além da propaganda. A garantia do novo C3 é de 3 anos – a do anterior era de 1.
O executivo também afirma que a crise da PSA na Europa “não impede tudo o que queremos fazer no Brasil”. Em outubro passado, o grupo anunciou o investimento de R$ 2,3 bilhões para ampliar a fábrica em Porto Real, montante que se soma ao R$ 1,4 bilhão anunciado em 2010. A meta é duplicar a produção no Brasil, chegando a 300 mil veículos e 400 mil motores por ano até 2015. Na época, Gomes afirmou que o grupo pretendia aumentar a participação no mercado local de 5,3% para 8% também até 2015. “A PSA não é a maior montadora [no país], mas queremos ser a melhor”, diz, ao lançar o C3.