As 360 câmeras de monitoramento que ficarão espalhadas pelo novo Maracanã já têm alvo: os mijões. Eles serão vigiados desde a entrada até a saída das partidas.
E se urinarem fora do banheiro, policiais e guardas municipais serão acionados pelo rádio para detê-los e levá-los à delegacia. Concreto à prova de xixi, que corroeu mais de 100 pilares da instalação esportiva, também está sendo usado na reforma. O concreto antigo está sendo substituído por um à base de polímeros acrílicos e banhado em verniz.
“Precisamos quebrar quase meio metro de altura dos pilares. Estava tudo enferrujado. Com o novo concreto, nenhuma umidade vai chegar aos ferros”, explica Victor Marcondes, gerente de obras da Sandotécnica Engenharia, contratada pelo governo do estado para auxiliar nas obras do Maracanã. A nova composição tem durabilidade superior a 50 anos.
Apesar de ter sua capacidade reduzida para 78.554 mil pessoas com a sua remodelação, houve aumento de 22% no número de banheiros, que serão 231. Eles já estão em fase final de obras. O Maracanã perdeu seis mil assentos com a reforma.
Identificação na entrada
As câmeras serão os olhos fiscalizadores do estádio. O cadastro dos torcedores na bilheteria será através de fotos, o que vai permitir o monitoramento individual pelas lentes.
“O Maracanã será um grande Big Brother. As câmeras vão acompanhar a pessoa desde a bilheteria até a arquibancada. Ninguém poderá fazer nada de errado porque, se fizerem, vão responder por isso”, conta Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop).
Empresa testou resistência de pia a chutes e pancadas
Um dos 231 banheiros que estão sendo construídos é utilizado como banheiro-piloto. Nele, são testados revestimento das paredes e colocação de todos os equipamentos, como as portas e assentos sanitários. E para garantir a durabilidade dos materiais, testes de resistência são feitos nas novas instalações.
“O lavabo de inox, por exemplo, aguenta chutes e pancadas sem amassar”, garante o gerente de obras Victor Marcondes. Segundo ele, as empresas fornecedoras realizam os testes. “Uma porta de um dos sanitários foi reprovada porque possui uma barra de ferro em cima. Os vândalos podem ficar pendurados nela para quebrar tudo”, completa Marcondes.
Os banheiros e bares são as construções mais avançadas de toda a obra. Com a drenagem do gramado e o fim da colocação de degraus pré-moldados da arquibancada, 60% da reforma estará feita.
Simulação do visual de quem senta na primeira fila da arquibancada
Nos próximos meses, o Maracanã será tomado de assalto por homens de rapel. São os operários que vão dar forma ao novo visual que vai estampar cartões-postais: a lona tensionada com vidro e teflon que vai substituir a marquise.
Até o final do ano, 50 mil metros quadrados de lona serão fixados nas arquibancadas. A nova cobertura, sustentada por cabos de aço, tem durabilidade de 50 anos também.
Elas servirão para coletar a água da chuva que será depositada numa cisterna para utilização em descargas e na irrigação do gramado. Enquanto o Maracanã não fica pronto, visitantes poderão conferir o novo visual do estádio em uma maquete num showroom.No espaço ao lado da Torre de Vidro, entre os portões 18 e 19, haverá espaço para projeções.
Três ambientes vão dar uma mostra de como será o futuro estádio. Um painel de fotografias vai mostrar a cronologia da reforma. Na segunda sala, um cenário foi montado para reproduzir a exata distância que o torcedor sentado na primeira fila da arquibancada terá do gramado: apenas 14 metros.
O passeio custa R$ 20 e há meia entrada para estudantes e idosos entre 60 e 65 anos. O visitante compra ingresso numa bilheteria e passa por roleta igualzinha a que será usada no estádio símbolo do Rio.