Uma longa fila de veículos se forma no final da manhã desta terça-feira (30) na BR-101 na altura de Três Cachoeiras, no Nordeste do Rio Grande do Sul. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um bloqueio na rodovia causado por manifestação de caminhoneiros no local rodovia causou um congestionamento de 20 km de extensão, 10 km para quem chega ao estado de Santa Catarina e outros 10 km no sentido oposto.

Os manifestantes se dividiram em dois grupos. Alguns deles intimidam os caminhoneiros que resistem ao protesto e tentam seguir a viagem batendo nas laterais dos veículos. Durante a manhã, houve caminhões apedrejados. A polícia tentou negociar para o grupo sair do local, mas eles aguardavam a chegada de veículos da imprensa para registrar o ato. "Eles queriam a presença da televisão", disse o inspetor-chefe da PRF no Litoral Norte, José Dirnei de Souza.

Em Ijuí, no Noroeste, a uma pessoa foi presa pela PRF na BR-285 e encaminhada à delegacia do município após apedrejar um caminhão cujo condutor não aderiu à greve. A polícia acompanha a manifestação para evitar novas ocorrências. Já na BR-472, em Santa Rosa, os caminhoneiros fazem uma mobilização pacífica.

A manifestação também é tranquila em Canguçu, no sul do estado, onde cerca de 100 motoristas estão reunidos na BR-392. Na mesma rodovia, entre Rio Grande e Pelotas, manifestantes realizaram bloqueio. Vinte caminhoneiros tentaram passar pelos manifestantes, e um deles foi agredido. Outro motorista foi preso por desacato pela PRF.

Na BR-386, na altura de Tio Hugo, na região do Planalto Médio, apenas caminhões com carga perecível são liberados para trafegar. A mesma situação é verificada na BR-472, no acesso a Santa Rosa, no Noroeste, onde pneus foram queimados na segunda-feira.

Entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira, caminhoneiros também foram impedidos de seguir viagem na BR-153, em Cachoeira do Sul, no centro do estado. A manifestação provocou fila de caminhões no acostamento. Na BR-285, na altura de Passo Fundo, no Norte, pneus foram queimados e apenas passagem de carros, motos e ônibus foi liberada.

Representantes dos caminhoneiros serão recebidos na tarde desta terça-feira pelo Ministério dos Transportes na Esplanada, em Brasília. Eles reclamam que não existem locais adequados para realização das pausas durante a jornada de trabalho, previstas em lei desde abril. A categoria também reivindica um reajuste no valor pago pelo frete.