O deputado federal e ex-líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirmou nesta segunda-feira que considera positivo o fato de o julgamento do mensalão ocorrer antes das eleições de outubro. Segundo ele, que participava de um encontro de candidatos do PT a prefeituras de todo o País, o partido conviveu com denúncias "violentas" nas ˙últimas três eleições, e neste ano, será possível saber quais delas tinham fundamento.

"Minha expectativa é que é bom esse julgamento ser agora, porque antes tinham muitas acusações violentas, e as pessoas não vão conseguir provar", afirmou ele. "Em 2006, 2008 e 2010, a situação foi essa, e em 2012 vai ter a ponderação do Supremo (Tribunal Federal), à luz dos autos e dos fatos."

Vaccarezza rebateu as principais denúncias do mensalão, mas reconheceu que houve crimes. "Primeira, que houve um pagamento mensal: não existiu pagamento mensal, ninguém vai provar porque não existiu. Segunda, as pessoas foram compradas para votar com o governo: não existiu pagamento para as pessoas votarem no governo. Terceira, tinha uma quadrilha montada: não tinha quadrilha, e não tinha dinheiro público", declarou ele.

Apesar de negar o que considera as principais acusações, Vaccarezza não sustentou que todos os acusados são inocentes. "Teve um saque de uma pessoa no banco, teve outro saque de outra pessoa no banco, isso não é mensal", disse ele. "Eu acho que o que as pessoas confessaram, aqueles que confessaram, foi o que o Delúbio (Soares) chamou de dinheiro não contabilizado, de caixa 2 de campanha. Não é certo, é crime, mas não é o crime pelo qual estão acusando", explicou.