A Operação Clone, desencadeada pelo Ministério Público Estadual por meio do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), teve um perfil diferente das demais deflagradas pela Polícia Civil dentro do programa Brasil Mais Seguro, lançado em Alagoas numa parceria entre governos Federal e Estadual.

Enquanto na maioria das ações os presos são de baixa renda, por envolvimento com tráfico e homicídios, a ‘Clone’ mostrou um novo panorama do crime organizado, com a prisão de jovens de classe média, que incrementavam a ‘renda’ de forma delituosa.

O dinheiro era para adquirir roupas de marcas famosas, veículos do ano e jet sky. Pessoas que ostentavam luxo promovendo festas e ainda esbanjando dinheiro utilizando recursos oriundos do crime.

Golpes rendiam R$ 500 mil por semana

Os golpes contra operadora de cartões de crédito rendiam à quadrilha, em média, a movimentação de cerca de R$ 500 mil por semana. Os números assustam principalmente pelos valores dos produtos apreendidos frutos da ação criminosa. Ao total, onze veículos e dois Jet skis foram apreendidos. Em dinheiro, mais de R$ 38 mil foram encontrados na residência dos acusados, localizadas em Maceió e São Miguel dos Campos.

Em sete meses de atuação em Alagoas, a quadrilha movimentou cerca de R$ 4 milhões. Mas o grupo não agia sozinho, já que contava com a participação de donos de estabelecimentos comerciais, que recebiam ‘comissões’ para liberar o esquema. Alguns funcionários de postos de combustíveis também tinham envolvimento e recebiam subornos para a instalação do vírus nos computadores.

Dentre os nomes que figuram a lista dos presos está Rodrigo Mendes, dono de uma loja de equipamentos de informática. Na última quarta-feira (25), ele, juntamente com Rosivan Filho, outro integrante do esquema que fraudava cartões, se entregaram no Ministério Público Estadual. Carlos Eduardo Vieira de Almeida, o "Dudu", e João Rosendo Freire Neto também seguem presos pelo crime.

Rodrigo Andrade Santos, de 27 anos, se apresentou ontem na sede do MP. Ele já havia sido preso no dia da operação, no entanto, quando foi levado para fazer exame de corpo de delito no Hospital Sanatório – local onde estão sendo realizadas as perícias do IML – pediu para ir ao banheiro e escapou por uma janela.

Funcionários do Correio também foram detidos

Policiais civis e funcionários dos Correios – cujos nomes são mantidos em sigilo – também foram detidos na operação. Os próprios agentes públicos foram acusados de tentar vazar informações da ‘Clone’ para os participantes o que poderia ter frustrado a ação policial no início da semana, durante o cumprimento de cumpriu 24 mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão. Em relação aos servidores dos Correios, a participação era na facilitação dos desvios dos cartões que eram clonados pela quadrilha.

A disparidade é notável quando se trata no combate ao tráfico de drogas. Durante operações realizadas pela polícia no Agreste e Sertão. Em Canapi e Mata Grande, seis pessoas acusadas de crimes de homicídio, posse de armas e tráfico de drogas foram presas; já em Arapiraca, o número de prisões chegou a cinco. Dinheiro, armas, maconha, crack, e vários veículos foram apreendidos.

Entre as pessoas presas em flagrante por tráfico de drogas em Arapiraca estão: Carlos Morais dos Santos, conhecido como "Carlinhos", Jarbas Luciano Lima dos Santos, Bruna Sheyla dos Santos, Alex Sandro Silva, o "Léo" e Niraldo Ribeiro de Lemos.

Já no Sertão, foram presos os irmãos José Milton da Silva, 41 anos, o “Miquinha”, e José Nilton da Silva, 45, “Zé Nildo”, envolvidos no assassinato de José Edivânio da Silva, ocorrido em 13 de julho do ano passado, crime que chocou a população de Canapi.
Também foram presos José Nilton Gomes de Lima, 40 anos, que estava de posse de munições, e Arnaldo Nascimento da Silva, 29, flagrado com uma motocicleta com chassi adulterado e que é investigado por crime de tráfico de drogas.

O irmão da ex-primeira-dama Rosane Collor, Pompídio Barbosa Malta Brandão, também foi detido com pequena quantidade maconha, e contra ele foi lavrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), sendo em seguida liberado.

Já Jailson Ferreira da Silva, 33 anos, foi preso sob a acusação de estelionato