No mesmo dia em que a presidente da República, Dilma Rousseff, reclamou publicamente de uma eventual demissão em setores beneficiados por redução de tributos, com o fechamento de linhas de produção da GM em São José dos Campos (SP), o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, pediu ao Ministério da Fazenda a prorrogação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) baixo para o setor. Sem a extensão do benefício, ele terminará no fim de agosto.

"É importante que seja prorrogado. Sem esse incentivo, certamente estaríamos com estoques exacerbados e aí o problema de emprego seria realmente crucial", declarou o presidente da Fenabrave a jornalistas, após reunião com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa. Ele acrescentou que o mercado "reagiu" após a redução do tributo sobre os automóveis.

Meneghetti, que representa os revendedores de automóveis, avaliou que o anúncio do fechamento das linhas de produção da GM no interior de São Paulo é um "caso pontual". "Não é do segmento como um todo. Os estoques refluíram e estão hoje em situação mais confortável. Acredito que as montadoras vão ter o bom senso de entender que todos estão fazendo um esforço para manter a economia aquecida. Acredito que, talvez, revejam suas posições", acrescentou ele.

O presidente da Fenabrave estimou que, com a manutenção do IPI reduzido até o fim deste ano, as vendas cresçam de 3% a 4% sobre o ano passado. Até maio, quando ainda não havia a expectativa de tributação reduzida para o setor, a previsão da Fenabrave era de recuo das vendas neste ano. "Se está dando resultado, não quero pensar no aspecto negativo [que o benefício pode terminar no fim de agosto]. É um fato novo [IPI reduzido] que voltou a botar industria em um caminho positivo. Quero acreditar que vai ser mantido", afirmou.

IPI reduzido para carros
Para a aquisição de automóveis, as empresas que estão instaladas no Brasil tiveram seu IPI para carros de até mil cilindradas (1.0) reduzido de 7% para zero até o fim de agosto deste ano. Para carros importados de fora do Mercosul e México, a alíquota recuou de 37% para 30%.

Para veículos de mil cilindradas (1.0) a duas mil cilindradas (2.0), a alíquota para carros a álcool e "flex" (álcool e gasolina), para empresas instaladas no Brasil, foi reduzida de 11% para 5,5%. Para os carros importados, a alíquota será reduzida de 41% para 35,5%.

Já para carros a gasolina de mil a duas mil cilindradas, o IPI caiu de 13% para 6,5% para carros produzidos no Brasil e de 43% para 36,5% para veículos de fora do Mercosul e México. No caso dos utilitários, a alíquota foi reduzida de 4% para 1% (empresas instaladas no país) e, para carros importados, recuou de 34% para 31%.

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